Mas se a produção encolheu, as expectativas de qualidade para a próxima safra são boas. A temporada seca e fria de maturação está resultando numa colheita positiva, como informa o consultor e enólogo da Épices e Winecommerce, representante da vinícola Tarapacá no Brasil, Carlos Giacometti.
? O rendimento vai ser menor, porém na questão de qualidade teremos uma safra excepcional ? afirma o especialista.
Mesmo com os estragos por causa do terremoto, os efeitos no mercado gaúcho não foram sentidos. Apenas algumas marcas tiveram quedas pontuais na distribuição. O presidente da Associação Gaúcha dos Supermercados, Antônio Cesa Longo, explica que a maioria das importadoras de vinhos chilenos tinha estoques de reserva para atender o varejo.
? As importadoras tinham este estoque de segurança entre dois e três meses. Algumas marcas diminuiram a quantidade, mas não houve grandes dificuldades ? ressalta Longo.
A safra 2010 é considerada excepcional para os vinhos tintos do Vale do Maipo, uma das principais regiões produtoras do Chile. Especialistas salientam que o produto têm menos álcool e maior acidez natural, apresentando excelentes cores e expressões de uva. Giacometti afirma que o consumidor pode esperar por um produto de alto padrão de qualidade.
? Temos bastante propostas interessantes de vinhos que vão chegar ao mercado bem equilibrados, por conta da colheita que está sendo fantástica ? comemora Giacometti.
O setor varejista acredita que não deve existir dificuldades na importação de vinhos do Chile. Longo ressalta que, caso haja dificuldades na compra de uma determinada marca, o consumidor procura outros rótulos.
? O vinho é o produto que mais possui marcas nas gôndolas, e o consumidor acaba migrando para outra marca porque a curiosidade para experimentar novas marcas de vinho é uma constante e isso ajuda no crescimento da categoria.
De acordo com o presidente da Agas, o vinho importado ocupa 55% das gôndolas dos supermercados de Porto Alegre. Situação que muda no interior, segundo ele, onde a preferência de 70% a 80% por cento dos consumidores é pelo produto nacional.