? Pretendemos crescer quase dez vezes, mas a partir de um porcentual baixo é sempre mais fácil crescer ? disse.
O seguro de preço é um mecanismo de garantia e sustentação da renda para o produtor. Ao contratar o serviço, que é quase de exclusividade do Banco do Brasil, o agricultor pode realizar uma operação (hedge), adquirindo contratos de opção de venda, que garantem proteção contra o risco de queda acentuada de preços da soja ou do milho, por exemplo.
Guedes citou como exemplo hipotético o caso de um agricultor que se dirige a uma agência do Banco do Brasil querendo fazer proteção de preço de determinado produto a R$ 30,00/saca até dezembro deste ano, quando realizará a colheita. Caso na data do vencimento o preço de mercado da commodity estiver em R$ 27,00/saca, caberá ao banco pagar a diferença de R$ 3,00/saca ao agricultor. Para isso, no entanto, o cliente precisa pagar o preço pelo serviço, cujos custos variam bastante.
Guedes destacou a importância do instrumento para o produtor, principalmente em tempos difíceis.
? A última grande crise do setor foi de 2004 a 2006, mas não há a menor dúvida de que crises virão, pois isso faz parte da agricultura ? afirmou, acrescentando:
? O hedge é a grande questão no futuro.
O diretor de Agronegócios do BB, José Carlos Vaz, salientou que o instrumento é importante, principalmente para os agricultores de médio porte. Os pequenos, lembrou, têm a garantia dentro do Pronaf, enquanto os grandes atuam diretamente nas bolsas de futuros, protegendo-se contra a queda de preços. Para ele, a tendência é a de redução do seguro rural tradicional, que resguarda o produtor contra as adversidades climáticas (granizo, estiagem e excesso de chuva), e aumento das proteções por meio desses contratos de opção.
Segundo o BB, dos R$ 14,9 bilhões destinados ao custeio da safra de grãos, 60,7% das operações contaram com o seguro contra as intempéries, por meio do seguro rural e Proagro. O valor total protegido foi de R$ 9 bilhões, dos quais 50% foram por meio do Proagro e 50% via seguro agrícola.
? Se o produtor está protegido contra as adversidades climáticas e se protege também (contra a queda de preços) no mercado futuro, não há motivo para falar em renegociação no futuro ? considerou Vaz.
O diretor salientou, porém, que poucas instituições financeiras mostraram interesse em ofertar o produto ao agricultor.
? Não dá para o BB fazer isso sozinho. É preciso que outros bancos também disponibilizem as opções ? disse.