Chuvas abaixo da média no centro sul do país anteciparam a colheita da cana-de-açúcar em alguns Estados e aceleraram o processo de moagem. Até o ultimo dia 15 de agosto, 338 milhões de toneladas de matéria-prima foram transformadas em açúcar e etanol. É boa parte do que deve ser moído até o final deste ano safra: 570 milhões de toneladas, segundo a última projeção da indústria. O número supera o volume do ano passado em quase 6%, mas é 7% menor do que a quantidade estimada no início do ciclo. A entidade chegou a projetar 620 milhões de toneladas, mas o clima comprometeu o resultado.
Foram perdidas 47 milhões de toneladas por causa da seca, uma produção equivalente ao Nordeste ? diz o diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues.
A produção de açúcar e etanol também foi revisada para baixo, mas ainda deve superar o volume registrado na safra passada. Neste ano, deve atingir 33,73 milhões de toneladas de açúcar e 26,39 bilhões de litros de etanol. Apesar da quebra de safra, a Unica avalia que este deve ser um período positivo para as usinas.
Se por um lado os produtores colheram menos do que esperavam, de outro registraram aumento na qualidade da matéria-prima. É que o rendimento da cana, o chamado açúcar total recuperável (ATR), chegou a 135 quilos por tonelada. Tudo por causa do clima seco.
A estimativa da indústria é que esta quantidade ultrapasse 141 kg por tonelada de cana-de-açúcar. O analista de mercado Julio Maria Borges prevê preços em alta para o açúcar e o etanol até o inicio da próxima colheita em março do ano que vem. Ele avalia os números e diz que o mercado vive um momento excepcional. A indústria estaria gastando menos com moagem e ganhando mais com o produto.