Especialistas em laticínios discutem impacto das mudanças climáticas na produção

Encontro é realizado em Edimburgo, Escócia, com participação de brasileirosA Federação Internacional de Laticínios reúne os especialistas no setor de várias partes do mundo para discutir os impactos das alterações no clima do planeta sobre a produção. O encontro é em Edimburgo, na Escócia, com participação de brasileiros. A conclusão, neste início de debates, é de que não importam as estatísticas sobre produção no campo, seja de alimentos ou poluentes. A ação deve ser rápida.

O representante do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) Pierre Gerber afirmou que a pecuária responde por 18% das emissões de gás carbônico do mundo. Porém, não atribuiu aos produtores a responsabilidade pela solução do problema.

Já o diretor da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) Gideon Bruckner disse que os produtores devem se adaptar às novidades, ainda que não sejam agradáveis. Bruckner acrescentou que o clima afeta a saúde dos animais e que a gripe aviária e a febre em ovelhas na Europa são conseqüências das mudanças.

Brasileiro exemplo

Dono de uma propriedade em Descalvado (SP), Roberto Jank produz até 40 mil litros de leite por dia. É um grande produtor, considerando a média dos brasileiros. O trabalho dele foi apresentado no seminário da Federação Internacional de Laticínios. Segundo os especialistas, ele consegue produzir de forma sustentável econômica, social e ambientalmente.

Na avaliação do pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pedro Arcuri, a sustentabilidade na pecuária vira com o aumento da produtividade: produzir mais em menos espaço e com um rebanho menor. Para isso, o importante é pesquisar.

A professora Maggie Gill, que trabalha para o governo escocês, acrescentou que apenas os esforços governamentais não são suficientes. Mesmo para atingir metas ambiciosas, caso da própria Escócia, que quer reduzir em 80% a emissão de CO2 até 2050.