Reality Soja Brasil: Pablo prevê perdas na soja por conta da seca

As lavouras de soja de Mangueirinha (PR) estão em risco. Falta de chuvas no enchimento dos grãos e excesso de precipitações agora, antes da dessecação, reduzirão produtividade

Daniel Popov, de São Paulo
As primeiras semanas de dezembro foram realmente desafiadoras para o produtor Pablo Schmidt Rosa, de Mangueirinha (PR), no reality do Soja Brasil. Uma onda de calor e tempo seco que já rondava o Paraná, chegou ao município e causou estragos. Para piorar, agora, às vésperas da dessecação, as precipitações voltaram e não dão trégua.

Caso não tenha visto ainda o reality “Do plantio à colheita – Vamos acompanhar esta produção de soja do Paraná?, clique no link e veja tudo que as lavouras de Pablo passaram até aqui.

Soja de Pablo nos primeiros dias de dezembro

Voltando a história, até o fim de novembro as lavouras que Pablo cuida estavam vistosas e com a perspectiva de boa produtividade, acima de 62 sacas por hectare na média. Mas essa realidade começou a mudar no mês seguinte.

Nos primeiros dias de dezembro, a soja que Pablo semeou começava a encher os grãos, ao mesmo tempo que a ferrugem asiática ganhou força no país e no estado. Até ali mais de 60 casos já haviam sido reportados, boa parte no Paraná. Mangueirinha havia relatado um caso da doença em meados do dia 27 de novembro e o produtor não queria arriscar.

“Aproveitei que não chovia há dois, ou três dias, para entrar com as aplicações de fungicidas. Um produtor da região tem um coletor de esporos e até ali o aparelho não havia registrado muitos esporos, mas já tinha alguma coisa. Preferi prevenir”, afirma Pablo.

Dali para a frente começou a agonia. No estado, a cada dia mais casos de lavouras secando completamente apareciam e as lavouras de Pablo começavam a apresentar sinais de problemas. As temperaturas não ficavam abaixo dos 30ºC, sendo que vários dias superaram a casa dos 38ºC. “As folhas começaram a secar rapidamente, os grãos não enchiam mais e algumas plantas até abortaram as vagens, uma tristeza”, diz.

Essa estiagem durou até pelo menos o dia 15 de dezembro. Mas ali, parte da área semeada por Pablo já não se recuperou mais. “O final do enchimento dos grãos aconteceria ali em meados do dia 10 de dezembro e só foi chover depois do dia 15. Eu não queria desanimar meu primo Juarez Alberti (relembre aqui a visita a Mangueirinha), dono de parte da terra que plantei, mas agora acredito que com muita sorte colheremos 45 sacas por hectare”, conta Pablo.

Volta das chuvas

Sabe aquela expressão muito usada para definir coisas que dão errado? A tal Lei de Murphy? Pois é, não se trata disso, mas bastou a soja não ter como se recuperar que as chuvas voltaram. Do dia 15 até 30 de dezembro choveu 143 milímetros acumulados. Ainda assim não foi a tempo de recuperar parte da produtividade.

“Bem que aquela chuva poderia amenizar pelo menos em relação ao peso dos grãos, mas não se acontecer não será significativo, pois a planta não voltou para terminar seu ciclo. A soja já estava condenada”, resumiu Pablo.

Dessecação

A perspectiva agora é que as áreas que Pablo cuida começarão a ser colhidas. Mas para variar o clima não está colaborando. A dessecação que seria realizada no primeiro fim de semana deste ano, não aconteceu por conta de uma chuva persistente de 70 milímetros.

Soja nos primeiros dias de janeiro

“Agora estamos monitorando o tempo, para ver quando poderemos entrar para dessecar. Parte ainda está um pouco verde a ideia era secar a soja para emparelhar tudo”, conta. “Se parar esta semana, já entramos dessecando e depois de 5 dias entramos colhendo.”

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