Brasil já soma mais de 100 casos de ferrugem asiática nesta safra

Em alerta, produtores de Mato Grosso estão receosos já que estado registrou primeiro caso da doença e clima chuvoso favorece mais ocorrência

Pedro Silvestre e Daniel Popov
Os casos de ferrugem asiática seguem avançando rápido no país. Ao todo foram registrados 104 casos da doença até dia 19 dezembro, maior volume para o período desde a safra 2009/2010. Mato Grosso registrou o primeiro caso da doença e se junta a outros importantes estados produtores que já apontaram ocorrências. O excesso de chuvas no início de dezembro dificultou o manejo de soja e agora deixa os produtores preocupados.

O Paraná é o estado que mais casos registrou até o momento, 43. Depois aparece o Rio Grande do Sul com 26. Seguido por Mato grosso do Sul com 11, Santa Catarina e São Paulo com 7 cada um, Goiás com 5, Minas Gerais com 3 e por fim Rondônia e Mato Grosso com 1 registro cada.

Segundo o sojicultor matogrossense, Murilo Degasperi Fritz, o tempo nublado e chuvoso tem contribuído para o avanço dos esporos da doença. “O tempo está muito nublado, muito fechado, chovendo muito, está faltando luz, principalmente para a soja na fase de enchimento de grão. Aqui, para se ter uma ideia, não ficou mais do que cinco dias sem chover, desde quando começou o plantio”, diz.

A situação está deixando produtores da região tensos com o risco de surgimento da doença, principalmente a ferrugem asiática. “Em alguns talhões tivemos que entrar novas aplicações com 18 dias após ter feito a primeira e logo começa a chover de novo. Tem que ficar alerta, principalmente por causa desse intervalo entre as aplicações de fungicidas, porque o ideal é quinze dias, começar a passar disso daí, já começa não fazer tanto efeito as aplicações de fungicidas”, afirma.

Um consultor que atende produtores da região sudeste do estado afirma que as dificuldades quanto à pulverização tem sido semelhantes na maioria das áreas. “Nesse momento se a doença entrar e o produtor vacilar com a aplicação, seja por atraso ou outro motivo, essa disseminação vai acontecer”, conta o engenheiro agrônomo, Rodrigo Dezordi.

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