Segundo novo levantamento de safra da Conab, o país deve produzir no máximo a mesma quantidade que no ano passado. IBGE também estima queda na quantidade colhida no Brasil
Daniel Popov, de São Paulo
O segundo relatório da safra de grãos 2018/2019, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), trouxe a perspectiva que a produção de soja pode ser no máximo igual a do ano anterior, ou seja, na casa de 119,2 milhões de toneladas. No primeiro documento divulgado em outubro a entidade previa uma produção máxima de 119,4 milhões de toneladas.
Nestes primeiros relatórios de safras, a entidade ainda divulga limites máximos e mínimos para a produção e para a área, como uma margem de erro inicial. Com base nisso, a área de soja a ser cultivada ficará entre 35,3 e 36,1 milhões de hectares, contra os 35,3 da temporada anterior. No primeiro relatório do ano (de outubro) esses limites eram de 35,4 e 36,1 milhões de hectares.
Os números de produção também foram alterados levemente para baixo e agora variam entre 116,7 e 119,2 milhões de toneladas. No relatório de outubro os limites eram de 117 e 119,4. Na safra anterior o volume era de 119,2 milhões de toneladas.
A produtividade média esperada era de 3.302 quilos por hectare, ou seja, abaixo das 3.394 da temporada anterior.
Duas importantes regiões produtoras de soja do país devem apresentar redução na produção de soja neste ano, tanto no limite inferior quanto no superior. O Centro-Oeste que produziu 53,9 milhões de toneladas em 2017/2018, deve conseguir agora algo entre 52,6 e 53,6 milhões de toneladas, queda de 2,4% e 0,5%, respectivamente.
“As precipitações frequentes no início do plantio atrapalharam a semeadura e outros trabalhos de campo em Mato Grosso do Sul. Nos municípios da macrorregião sudoeste ocorreram casos pontuais de necessidade de replantio devido a problemas de encharcamento de solo, chuva de granizo e aprofundamento de sementes, totalizando uma área de aproximadamente mil hectare”, disse a entidade em seu relatório.
O Nordeste é outro que apresenta variação negativa nos dois limites, 10,3 e 10,5 milhões de toneladas, queda de 12,6% e 10,8% (respectivamente) ante os 11,8 obtidos na safra 2017/2018.
Em contrapartida dois estados devem apresentar elevação na produção nos dois limites. O Sul deve aumentar entre 38,8 e 39,7 milhões de toneladas, ante as 38,6 milhões de toneladas do ano passado.
O Norte pode registrar algo entre 6 e 6,2 milhões de toneladas nesta temporada, contra os 5,9 milhões de toneladas de 2017/2018.
IBGE também prevê redução
De acordo com o 1º levantamento da nova safra de soja do IBGE, a produção deve somar 116,6 milhões de
toneladas, declínio de 1% em relação ao ano anterior. A área a ser plantada com a leguminosa é de 35,3 milhões de hectares, aumento de 1,1%. O rendimento médio estimado é de 3.303 kg/ha, retração de 2,3%, em decorrência das incertezas quanto ao clima durante o ciclo da cultura, ressaltando que, na safra verão 2018 houve abundância e regularidade de chuvas nos principais estados produtores, alçando-se um recorde histórico de produção para o país.