Preço da batata continua caindo devido ao aumento de oferta

Redução do valor pago começou em fevereiroA boa safra de batata em São Paulo é apontada como um dos fatores para a queda de preço do produto em todo o Brasil. Com o aumento da oferta, o valor pago mantém uma redução que começou em fevereiro.

Os produtores do sul do país aprenderam a conviver com a instabilidade do mercado. Um grupo de sete famílias planta em 500 hectares de Santa Maria do Herval e São Francisco de Paula, na Serra Gaúcha. Toda a produção de 40 mil sacos é beneficiada pelo grupo e vendida na região.

? Na safra passada, quando nós colhemos lá em São Francisco, nós pegamos na lavoura entre R$ 60 e R$ 70. Hoje está entre R$ 25 e R$ 30. Tem que se prevenir. Há anos em que dá dinheiro, e há anos em que é ruim, então tem que controlar ? disse o produtor rural Laudo Olbermann.

De acordo com o Índices de Preço ao Consumidor Amplo, divulgado na semana passada, a batata é o produto que registrou a maior queda de preço. Na comparação com julho, houve recuo de 22,4%. No acumulado de janeiro a agosto, a redução é de 19,6%. Assim como o aumento da oferta em outros Estados, diversos fatores contribuem para a instabilidade no preço da batata.

? Na época do plantio, se o clima às vezes fica um pouco mais complicado para o pessoal conseguir plantar, acaba sendo plantada uma área menor, gerando uma produção menor, e consequentemente um preço maior. Também às vezes a questão do clima pode prejudicar o desenvolvimento, gerando questão de doenças, gerando uma produção menor, e consequentemente um preço maior. A própria questão foi o período de colheita, num período de chuva, numa sequencia de vários dias, onde o pessoal não consegue colher, o que está com a batata colhida neste período vai conseguir por esta batata um preço bem superior ? disse o técnico da Emater Evandro Knob.

O saco de batata padrão chegou a ser vendido por R$ 100 no mês de maio. Agora, é comercializado por no máximo R$ 30.

? Como o mercado atacadista funciona com a lei da oferta e da procura, a tendência é menos oferta, um pouco mais de preço. Se o tempo melhora, o abastecimento se normaliza, o preço tende a cair novamente ? diz o encarregado de Análise de Informações da Ceasa-RS, Claiton Colvelo.