Falta de chuvas reduz produtividade de sojicultor para 15 sacas por hectare

Expectativa era conseguir pelo menos 70 sacas por hectare, na média, mas clima adverso e plantas daninhas elevam o tamanho dos prejuízos

Bruna Essig, de Cachoeira do Sul (RS)
Produtores de soja da região central do Rio Grande do Sul começaram a colher e já começam contabilizar prejuízos. Por lá, é a falta de chuva que está derrubando a produtividade e tem provocado o aparecimento de plantas daninhas.

Chuva em boa quantidade era tudo o que a lavoura de Luiz Schwab precisava, na época reprodutiva, lá em janeiro. Mas, a área recebeu apenas 39 milímetros naquele mês. “Aquele era um período muito crítico para o desenvolvimento da planta, ainda mais nos materiais mais modernos, que têm uma exigência de fertilidade alta pra poder expressar o seu potencial produtivo”, conta Schwab.

Com isso, o produtor acha que vai colher apenas 15 sacas por hectare, mas o investimento foi feito para colher pelo menos 70 sacas. Além da produção baixa, outro problema pode piorar ainda mais a situação, a infestação de plantas daninhas.

“A soja não teve um estabelecimento completo. E depois que entrou no período vegetativo,  não conseguirá fechar as linhas mais. Isso favorece o aparecimento de plantas daninhas, como a buva. Se não conseguirmos controlá-las enquanto mais jovens, depois de grandes fica ainda mais difícil de fazer isso. Se torna um problema para o próximo ano”, afirma o engenheiro agrônomo da fazenda, Dirceu Noeller.

Segundo dados de pesquisas, uma planta de soja precisa ter em média 70 vagens, mas a maioria não chega a dez, por aqui. Muito pouco para uma região que esperava 55 sacas por hectare e, agora, não deve chegar a 30.

Cachoeira do Sul é uma importante região no cultivo da soja. Por lá todas as lavouras foram impactadas por causa da seca. Quase metade, apresenta dano severo, segundo Noeller. Se não mudar o tempo, ainda tem risco de mais prejuízo. Algumas lavouras ainda não formaram grãos e para isso precisam de água.

“Nosso problema são as variedades plantadas mais tarde, no nosso município, pois elas ainda estão precisando de chuvas. Estão na fase final do período reprodutivo e precisam de água pra encher o grão. Se nos próximos dias não tiver água, a situação pode ficar grave por aqui”, garante Noeller.

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