Aprosoja Minas Gerais: diretoria assume e foca em redução de custos

A diretoria da Aprosoja Minas Gerais tomou posse hoje e tem como missão equilibrar os custos de produção para garantir a rentabilidade do produtor.

Melissa Paroneto, de Uberaba (MG)
Na Fazenda Cascavel, em Uberaba, no triângulo mineiro, o produtor Rodrigo Borges comemora o bom andamento das lavouras de soja. Ele espera colher uma média de 65 sacas por hectare. Na época de seu pai, há 40 anos, a produtividade não passava de 20 sacas por hectare.

“Nós já aumentamos bastante a área, inclusive não temos mais para onde crescer. Hoje, uns 80% da fazenda é ocupada com soja”, conta ele

Outro agricultor da região, Oscar Parizi, também tem bons motivos para esperar uma boa safra este ano. Segundo ele, em algumas lavouras, a produtividade deve chegar a 72 sacas por hectare. Graças aos bons índices de chuva e pouca incidência de pragas.

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“Percevejo não está tendo aqui. Nem mesmo as áreas vizinhas, que não são resistentes à lagarta, viram essa praga. Em relação aos fungicidas, costumamos fazer até 4 aplicações por ano e, não deve passar de 2 esse ano. Isso reduz o custo e aumenta a rentabilidade”, diz Parizi.

Os bons resultados não são por acaso. As lavouras de soja em Minas Gerais levam vantagens em relação as de outras regiões do país, como o clima, a topografia e a boa altitude.

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada de soja no estado deve crescer cerca de 3,2% em relação ao ano passado, atingindo quase 35 mil hectares. Para fortalecer ainda mais o setor, foi criada a Aprosoja Minas Gerais. A nova diretoria tomou posse nesta terça-feira, dia 7, em Uberaba. O produtor Wesley Barbosa de Freitas, do Sindicato Rural de Capinópolis é quem assume a presidência da entidade. Segundo ele, hoje um dos maiores desafios é baixar os custos de produção para manter a rentabilidade do negócio.

“De imediato, uma das pautas nessa reunião será a ação que a Aprosoja-MG, em conjunto com a Aprosoja Brasil e a de Mato Grosso, entrará com relação aos royalties, porque sabemos que ela cobra US$ 28 no Paraguai, US$ 36 na Argentina e US$ 50 no Brasil, então alguma coisa está errada”, diz Freitas.

O presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, esteve no evento e pontuou como prioridades do setor a união dos produtores em todo Brasil e, a reforma tributária.

“Por exemplo, acabar com a isenção do ICMS. Se fizer isso, acabou com a soja no Brasil. Temos gargalos como a lei de defensivos, que é defasada. Temos produtos que levam de 7 a 8 anos para serem registrados para uso na produção agrícola. Sem falar na infraestrutura, que está defasada em 100 anos, pelo menos”, diz.

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