Veja como foi a passagem da Caravana Soja Brasil por Campos de Júlio (MT)

Encontros acontecerão todos os dias, em dez municípios diferentes, até 2 de dezembro. Veja como foi a primeira parada

A Caravana Soja Brasil passou nesta segunda e terça-feira (dias 20 e 21), pelo município de Campos de Júlio, em Mato Grosso. Na ocasião duas palestras foram apresentadas aos participantes: a primeira com o tema “O futuro já chegou! O que a tecnologia tem para oferecer à agricultura”. A segunda apresentará o programa de inovação chamado Agrihub. Além disso, a reportagem do Projeto Soja Brasil conversou com os produtores locais para saber sobre o andamento da safra.

Para começar, o gerente técnico do Senar-MT, Carlos Augusto Zanatta, falou um pouco sobre a palestra apresentada com o tema sobre o futuro das tecnologias do campo. “Durante os encontros vamos debater as dificuldades recentes dos produtores em lidar com estas novas tecnologias, como maquinários, implementos e até softwares. Não basta ter dinheiro para adquirir a tecnologia, é preciso saber tirar proveito de tudo que ela oferece”, diz Zanatta.

Além disso, uma nova tecnologia foi apresentada aos participantes, o Agrihub, que nada mais é que uma conexão entre a tecnologia existente e a necessidade do produtor. “A ideia é essa mesmo, unir as reais dificuldades do produtor a quem tenha uma solução para estes problemas. Um exemplo é que estivemos em Cuiabá, tempos atrás, e os produtores falaram na dificuldade em classificar os grãos. Com isso um grupo pegou a demanda e trabalhou nela durante 53 horas. Ao final ofereceram uma solução a partir de um celular. Então Agrihub é isso”, diz o representante do Senar-MT.

Visita a região e as condições da safra

Praticamente toda a área de soja na região oeste de Mato Grosso já foi semeada, aponta o levantamento do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea). No município de Campos de Júlio, apesar do atraso no plantio, a expectativa é superar a produtividade da última safra. Os produtores locais investem cada vez mais em tecnologia para atingir este objetivo.

Na tela do computador, estão detalhadas informações pluviométricas, velocidade do vento e umidade. Em cada um dos 20 talhões da propriedade da família Parmeggiani. foram instalados os medidores destas informações. Os dados coletados geram amostras mensais, que ajudam o produtor a aplicar os insumos e fazer outros controles.

“Isso vai controlar todos os gastos, desde hora máquina, até manutenção dos equipamentos e máquinas, além de uso de defensivos e insumos agrícolas por talhão.Teremos como controlar os gastos por talhão, qual compensou mais produzir. Dependendo qual foi a média dele, posso saber se o retorno compensa os gastos”, explica Gabriel Parmeggiani.

O sistema de monitoramento climático foi adotado há cinco meses. É tão recente quanto a aposta do sojicultor Sidnei Zanella em sementes transgênicas. Esta será a primeira safra com a variedade RR2, para ajudar no controle de lagartas.

“A ideia é controlar a incidência de lagartas mesmo. Tivemos problemas e perdemos um pouco de produtividade com ataque da helicoverpa no passado. Este ano, aderimos a transgênica em 70%da área e mais o refúgio. Ainda assim ainda devemos aplicar defensivos. Tem o percevejo, a mosca branca. A questão de inseticida diminui, mas também não é para tanto”, conta Zanella.

É justamente o uso da tecnologia que deve impulsionar o aumento de produtividade de soja, em Campos de Júlio. A expectativa do Sindicato Rural é passar das 56 sacas por hectare de média da última safra, para mais de 60 sacas, neste ciclo.

“As variedades mudaram muito. Naquela época só tinha duas variedades que conheciamos bem e hoje tem muitas, inclusive a intacta, que entra muito bem na região. Naquele tempo a gente não podia esperar muito, porque a terra também era muito fraca, não podia esperar muito. Por ser início, acho que produzimos mais ou menos bem na época”relembra Alfredo Tomé, vice-presidente sindicato rural de Campos de Júlio.

Expectativa geral

A apresentadora do Canal Rural, Kellen Severo, também visitou algumas propriedades para trazer notícias sobre o plantio da oleaginosa por lá. “Por aqui as chuvas estão bastante regulares. Pegamos chuvas ontem na estrada e hoje choveu novamente. Encontramos lavouras em vários estágios. A que visitamos, especificamente, foram recém plantadas e as plantas ainda estão nos primeiros estágios. De maneira geral os produtores estão satisfeitos com o andar da lavoura”, comenta Kellen.

Mas, a apresentadora do Canal Rural ressalta que nem tudo é tranquilidade. “Mais uma vez, a preocupação é com as negociações. Os preços da soja estão muito baixos e os produtores estão atentos a isso, mas não estão negociando, pois a saca está na casa de R$ 58. Para eles os preços que compensariam deveriam estar em torno de R$ 63 por saca. O custo de produção na região está em torno de R$ 40 por saca”, afirma Kellen.

André Anelli e Kellen Severo, de Campos de Júlio (MT)

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