Preços médios registrados nas principais praças de venda do país foram remuneradores e podiam ter sido melhores caso o câmbio estivesse melhor julho
Daniel Popov, de São Paulo
Se os preços da soja no mercado internacional oscilaram de maneira frenética neste mês de julho, no mercado interno a estabilidade marcou o período. A boa notícia para os produtores é que, em praticamente todas as praças de venda do país, os preços melhoraram quando comparados ao mês de junho.
Os melhores preços do país neste mês de julho foram registrados no porto de Paranaguá (PR). Por lá, os valores iniciaram o mês a R$ 72 por saca e fecharam a R$ 73. A média de todos os dias ficou em R$ 73 por saca, 5% a mais que os R$ 69,5 de junho. Quando comparado ao passado, no mesmo período, houve uma queda de 13% (R$ 84 por saca).
Na sequencia vem o porto de Rio Grande (RS) que fechou o mês com uma média de preço de R$ 72,5, alta de 4,6% ante o mês anterior. Assim como Santos, os valores deste ano estão bem abaixo dos trabalhados no ano passado, quando a saca foi negociada a uma média de R$ 83,2.
No porto de Santos (SP), o mês começou com preços a R$ 71,5 e terminou a R$ 72,7 por saca, uma média de R$ 71,9. Esta média foi bem melhor que os R$ 69,3 por saca, registradas em junho. No comparativo com o ano passado os preços de julho 2017 estão bem abaixo dos R$ 83,3 do ano passado.
Normalmente os preços em Mato Grosso já são mais baixos que os citados acima, mas esta foi uma das poucas localidades que abriu o mês a R$ 62 a saca, e caiu no final do mês, chegando a R$ 60 por saca. Na média o estado fechou com R$ 60 a saca, pequena elevação de 2,2% ante junho. Em comparação com o ano passado, a queda foi a maior registrada nas praças destacadas, com recuo de 23,7% (R$ 78,7 por saca).
Por fim, os piores valores registrados no país foram vistos em Mato Grosso do Sul, Dourados. Por lá, o preço da saca quase não mudou e fechou o mês com uma média de R$ 59 por saca, alta de 3,5%, quando comparada aos R$ 57, registrada em junho. No ano passado, na mesma época, o preço praticado por lá superava a casa dos R$ 73 por saca, valor 19% maior que hoje.
Segundo a consultoria Safras & Mercado, que passou todas estas informações, o mês de julho foi marcado por um volátil mercado de clima. As previsões de clima seco e poucas chuvas no Meio Oeste dos Estados Unidos predominaram e garantiram o balanço positivo. A gradual piora nos índices de lavouras entre boas e excelentes condições nos Estados Unidos ajudou a sustentar o mercado internacional.
Para agosto, os olhos do mercado permanecerão atentos aos boletins meteorológicos nos Estados Unidos. Chicago deve apresentar períodos de forte oscilação, já que é no próximo mês que o clima define o potencial produtivo da safra americana. “Com muita soja na mão, o produtor deve aproveitar os períodos positivos de Chicago para negociar”, confirma Luiz Fernando Gutierrez, analista da consultoria.
Para Gutierrez, o comportamento do mercado interno só não foi melhor devido ao câmbio. O dólar comercial apresentou queda de 4,78% no período, diante de bons índices econômicos e de mudanças do governo Temer no Congresso. Esta suposta estabilidade confortou o mercado. A moeda encerra o mês na casa de R$ 3,16, freando o ímpeto das exportações de soja.