Só o relatório do USDA poderia derrubar o preço da soja hoje. E derrubou!

Até terça, dia 11, a oleaginosa acumulou 11 altas consecutivas na Bolsa de Chicago. Tendência agora é de preços mais baixos, mas clima ainda pode alterar a situação

Daniel Popov, de São Paulo
Contra todas as perspectivas de mercado, o relatório de julho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou a sua estimativa para a safra de soja 2017/2018, do país, e reduziu fortemente as projeções para estoques em 2017/2018 e em 2016/2017.  O reflexo disso pode ser observado na cotação da oleaginosa no dia, que fecharam com queda de pelo menos 0,8%. Agora a tendência dos preços mudou e eles podem vir abaixo nos próximos dias, recuando novamente até os US$ 10,00 por bushel.

A produção foi elevada de 115,8 milhões de toneladas, para 115,94 milhões de toneladas. O mercado apostava em número de 115,4 milhões de toneladas. “O mercado foi pego de surpresa hoje. As cotações que abriram em queda, em todos os contratos negociados em Chicago. Fecharam ainda pior”, comenta o analista do Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez.

Veja aqui como foi o fechamento do mercado

Os estoques finais em 2017/2018 estão projetados em 12,52 milhões de toneladas, contra uma perspectiva de mercado de 13,15 milhões de toneladas. Em junho, a estimativa era de 13,47 milhões de toneladas.

Para 2016/2017, o USDA cortou a projeção de 12,25 milhões de toneladas, para 11,16 milhões de toneladas. O mercado projetava estoques de 12,25 milhões de toneladas. “Neste quesito, os cortes foram maiores que os esperados pelo mercado, o que ajudou a segurar um pouco esse movimento de baixa dos preços. Se ficasse dentro da expectativa de mercado e a produção em alta, as cotações poderiam sofrer um baque ainda maior”, explica o analista.

Perspectiva a curto prazo

Para Gutierrez, a queda nas cotações de hoje foi uma correção que o mercado aplicou nos valores, já que eles eram baseados em perspectivas de quebra de produção nos Estados Unidos. Até o final desta semana, a perspectiva é que os preços caiam, mas não abaixo dos US$ 10,00 por bushel.

Na próxima semana, dependendo de como o clima se comportar, os preços podem tentar buscar preços abaixo dos US$ 10 por bushel. “Muitos mapas meteorológicos estão apontando para uma melhora do clima nas regiões produtoras dos Estados Unidos. Se isso acontecer o mercado irá precificar para baixo isso”, comenta Gutierrez. “Os produtores precisam ficar atentos e tentar fechar negócios sempre que possível, evitando esperar preços ainda melhores. Pois, isso pode não acontecer”, reitera o analista.

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