Investimento em fertilidade no solo dobra a produtividade de sojicultor

Após o tratamento do solo, produtor do Rio Grande do Sul elevou as expectativas e prevê colher 85 sacas por hectare

Sebastião Garcia, de Rio Grande do Sul

Os investimentos em fertilidade do solo têm dado aos produtores do norte do Rio Grande do Sul resultados significativos na produtividade. Os números são bem superiores que a média brasileira.
Pensando em ampliar a rentabilidade de seus cooperados com ganhos de produtividade no campo, uma das principais cooperativas do Rio Grande do Sul, a Cooperativa Agropecuária e Industrial (Cotrijal), lançou um programa chamado Ciclus, que melhora a fertilidade no solo e consequentemente a produção.

Sediada em Não-me-Toque, este programa beneficiará lavouras de 32 municípios do norte gaúcho, onde a Cotrijal possui associados, envolvendo 675 mil hectares, ou seja, mais de 12% da área agricultável do estado. A média nestas áreas é de no mínimo 70 sacas por hectare.

personagem soja

O produtor Markus Schmiedt, possui uma propriedade com 600 hectares no município, é filiado à cooperativa e conta com uma assessoria técnica, há mais de dez anos, para melhorar a fertilidade do solo de sua fazenda. O resultado disso? A expectativa de uma produtividade impressionante. “Vamos ver se a chuva não atrapalha, né. Porque a umidade está muito acima da média normal da região, mas as planta se desenvolveram bem. A expectativa é de colher 85 sacas por hectare. O plano é esse”, garante Schmiedt.

É claro que as sementes usadas têm alta capacidade produtiva e que o manejo das lavouras é o melhor possível, com rotação de culturas e tudo mais. Mas, para que tudo isso dê resultado e este potencial se expresse como se espera, a planta precisa estar bem nutrida. E é exatamente ai que o programa criado pela Cotrijal entra. “Aqui na área do produtor Schmiedt, o que temos feito, já em mais de dez ano,s é a coleta de solo, mostragem e elevação do ph do solo para 6,5, que é um teor onde vamos ter a disponibilidade da maioria dos nutrientes que nos interessam para as plantas”, explica o engenheiro agrônomo da cooperativa, Alexandre Doneda responsável por atender Schmiedt.

Outra técnica interessante já feita aqui é a aplicação do gesso agrícola. “Este gesso tem o objetivo de corrigir perfil do solo aumentando a saturação por cálcio, principalmente em camadas mais profundas do solo e diminuindo a saturação por alumínio”, conta Doneda.

O coordenador do programa Ciclus, Leonardo Kerber explica que as informações compartilhadas pelo produtor, é discutida com o técnico agrícola que o atende e somente a partir daí que são tomadas as decisões sobre intervenções. “A partir disso sabemos que intervenções fazer, quais investimentos necessários para que possamos chegar nos potenciais produtivos de hoje”, comenta.

Os custos para este tratamento, incluindo análise de solo e todos os produtos usados na área do agricultor Schmiedt saíram em torno de R$ 2,5 mil por hectare. Segundo ele, valeu muito a pena já que antes a produtividade nas lavouras dele era quase a metade de hoje. “Como meu pai sempre dizia, a fábrica que fazia terra fechou. Então, para sobrevivermos com os custos cada vez mais altos temos que aumentar a produtividade. Sem produtividade hoje, pode esquecer”, finaliza Schmiedt.

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