? Queremos adicionar um produto da Petrobras Biocombustível na exploração do pré-sal ? disse ele.
Além disso, o setor de biodiesel busca um mercado para absorver a glicerina produzida no processo industrial. Estima-se que no Brasil a produção de perto 2,5 bilhões de litros de biodiesel gere como subproduto um volume de cerca de 300 mil toneladas de glicerina, cerca de 12% do total de biodiesel produzido.
Um dos projetos é utilizar a glicerina como fluído de perfuração de poços.
? A glicerina atuaria como um lubrificante para as sondas, substituindo outros produtos ? disse.
O executivo explicou que o projeto teve início no ano passado e já foi testado em laboratório com sucesso. Outro uso que está sendo testado é a utilização da glicerina na complementação de poços e também na recuperação avançada de petróleo. Nestes processos, a glicerina é inserida nos poços para elevar a pressão e permitir que a vida útil da exploração se alongue.
? Hoje inserimos vapor e gás carbônico para conseguir este efeito. Por isso o preço da glicerina para esta utilização não pode ser muito elevado ? disse ele.
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Noschang explica que a utilização da glicerina na recuperação avançada de poços tem que ser testada por, no mínimo, um ano e meio de monitoramento de campo para checar sua funcionalidade.
? Até o momento, os resultados obtidos foram muito satisfatórios ? disse ele.
O executivo afirma que, se o uso da glicerina for efetivado, a Petrobras poderá utilizar a oferta do produto não apenas das usinas da Petrobras Biocombustível mas também de outras empresas do mercado.
A pesquisa para utilização da glicerina está sendo realizada em conjunto pela Petrobras e Petrobras Biocombustível. De acordo com o executivo, a Petrobras Biocombustível vai investir US$ 400 milhões em pesquisa e desenvolvimento até 2014. Além da utilização da glicerina, Noschang ressalta que a empresa está investindo em novas tecnologias para produção de novos biocombustíveis, no aumento de produtividade de algumas oleaginosas e também no desenvolvimento de outras rotas químicas. Uma delas é a molécula de isossorbida, que está sendo elaborado em parceria com a empresa holandesa Bioecon, que poderá ser transformado em biodiesel, em etanol e outros produtos bioquímicos.
Glicerina e Ração Animal
O coordenador de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Tiago Giuliani, disse que o ministério já estuda a utilização da glicerina como substituto para o milho na ração animal, em determinadas proporções. Segundo ele, o ministério deve aprovar a mistura. Giuliani ressalta, contudo, que existem limites e exceções. A glicerina feito a partir de biodiesel cuja matéria prima foi sebo de boi não poderá ser misturada à ração destinada à alimentação bovina. Giuliani e Noschang participaram do 6º Biodiesel Congress, realizado nesta quarta, dia 22, em São Paulo.
