Apesar de o país prever alta na produção de soja, as regiões Sul e Sudeste puxam produtividade média para baixo
Daniel Popov, de São Paulo
A safra brasileira de soja pode chegar a 104 milhões de toneladas neste ano, uma marca histórica. No entanto, os resultados poderiam ser ainda melhores, não fosse a notícia de que quase metade dos 16 estados pesquisados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentarão redução em suas produtividades. O destaque negativo fica com o Sul e Sudeste, regiões já bem consolidadas nesta atividade, mas que devem registrar uma redução de 3,68% neste quesito. Já o Norte e Nordeste compensam esta queda com a previsão de um incremento de 40%.
A produtividade média do país deve saltar de 46,6 sacas de 60 quilos por hectare, na safra 2015/2016, para pouco mais de 50 sacas em 2016/2017.
Entre os sete estados pesquisados que devem apresentar redução na produtividade de soja nesta safra estão Roraima, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O destaque negativo ficou com São Paulo que deve registrar 11% de redução de produtividade.
Tanto o Sul quanto o Sudeste devem reduzir suas produções, em 1,8% e 7,8%, respectivamente. O Nordeste e o Centro-oeste compensam estes revezes e devem ampliar tanto suas produtividade quanto suas produções. O Piauí deve registrar a maior elevação na produtividade do país, 152%, passando de 19 sacas por hectare, para 48 sacas.
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Este fato limitou a produção de algumas regiões, que devem apresentar redução neste quesito. Para se ter uma ideia, o estudo da Conab considera um limite mínimo e um máximo da evolução da produção e mesmo assim a maioria dos citados acima deverão, de fato, reduzir suas produções. Mais uma vez, o destaque negativo ficou com os paulistas com uma variação entre 2,5 e 2,6 milhões de toneladas, ante as 2,8 milhões da safra anterior.
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A área de plantio da soja na safra 2016/2017, segundo levantamento Conab, vai variar entre 33,4 e 34,1 milhões de hectares, alta de 0,6% ou 2,7% respectivamente. Os maiores incrementos de área são esperados em Roraima (40%), Piauí (15%) e Pará (14%), incentivados pela perspectiva de um clima mais favorável para o desenvolvimento da cultura. Em contrapartida, o Rio Grande do Sul (0,5%), o Mato Grosso (1%), Maranhão (1%) e São Paulo (1%), não pretendem ampliar muito seus plantios.
Já a produção brasileira deve variar de 101 a 104 milhões de toneladas, aponta o levantamento. E não à toa, o Nordeste aparece novamente como destaque com um aumento de até 77% na produção.
