Soja ganha área do milho em Santa Catarina

Por outro lado, muitos produtores se arrependeram da escolha por causa dos bons preços oferecidos pela saca do cereal

Roberta Silveira | Campos Novos (SC)

A soja ganhou o espaço do milho nas lavouras de Santa Catarina nesta safra. Em Campos Novos, a redução da área plantada com o cereal foi de quase 25%. Apesar do bom retorno financeiro que a sojicultura oferece, muitos agricultores se arrependeram da escolha. Isso porque o milho vive o melhor preço dos últimos anos.

O município de Campos Novos, no oeste catarinense, bem que podia se chamar ‘Campos de Soja’. Boa parte da produção daqui vira semente. São mais de 59 mil hectares destinados ao cultivo da oleaginosa e apenas 9 mil hectares foram destinados ao milho de verão. Na época, a remuneração da soja era bem superior a do milho.

O produtor Germano Foppa Neto é um exemplo deste aumento de área da soja. Ele recebe até 8% a mais pela saca de soja para semente. Ele está confiante na boa rentabilidade da lavoura, que será colhida em meados de março. Se não fosse o alto custo de produção, a safra seria ainda melhor.

– O custo da semente aumentou bastante, também o óleo diesel. Isso tudo encareceu. Cerca de 30% mais caro – lamenta.

Todos os anos, os produtores apostam em qual cultura investir. O agricultor Germano Foppa Neto optou por 750 hectares de soja e 130 para o cereal.

– A questão foi o alto custo do milho. O gasto seria em torno de 125 sacas por hectare. Na época, o preço estava muito baixo, na casa dos R$ 25,00 – lembra.

A produtividade do agricultor Germano Neto também promete ser boa, cerca de 190 sacas por hectare. Diante deste resultado, o arrependimento bateu. Se pudesse voltar no tempo, o produtor investiria mais no milho. Atualmente, o valor da saca de milho na região está em torno de R$ 36,00, aumento de 44%.

De olho no oídio

Nas lavouras da região de Campos Novos, vimos algumas plantas de soja com manchas brancas. É o oídio. A doença, que é causada por fungos, é consequência de uma safra mais chuvosa em Santa Catarina.

– O produtor cuidou da aplicação e agora a lavoura está chegando na reta final. Não tem tanta importância para dano econômico, já que a colheita está começando – explica engenheiro agrônomo da Coopercampos Marcelo Luiz Capelari.

Doença atacou as lavouras, mas, com a safra na reta final, não deve afetar a produtividade da soja (Cláudia Godoy/Embrapa)
Doença atacou as lavouras, mas, com a safra na reta final, não deve afetar a produtividade da soja (Cláudia Godoy/Embrapa)

Mesmo assim produtividade média na região de Campos Novos deve ficar acima de 60 sacas por hectare, bem acima da média nacional, de 50 sacas por hectare.

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