No sudeste do estado, Silvanópolis precisou decretar estado de calamidade no final de 2015 por causa dos mais de 30 dias sem chuva; associação critica qualidade das sementes
Marcelo Lara | Silvanópolis (TO)
O clima severo nesta safra é um dos principais problemas dos agricultores do Tocantins. Em Silvanópolis, até estado de emergência foi decretado por causa da forte estiagem em dezembro. A Expedição Soja Brasil visitou a região nesta terça e registrou a situação dos agricultores.
O produtor José Pereira Lima está no sudeste do estado desde 2003. De lá para cá, ele viu a produtividade da soja aumentar de 35 sacas para mais de 55 sacas por hectare. Algo parecido com a seca este ano ele só viu há mais de uma década, em 2004. Mesmo com as adversidades, ele conseguiu semear 840 hectares.
– Foi chorado, foi em gotas. Chuvas de dois milímetros, três milímetros, oito milímetros, nós aproveitamos os momentos certos para plantar, não perdemos nada. Agora espero ter uma boa colheita – afirma Lima.
O município de Silvanópolis decretou em dezembro de 2015 o estado de calamidade por causa da seca. Os custos de produção aumentaram em 20% porque muitos produtores tiveram replantar a soja. Para o vice-presidente da Aprosoja-TO, Dari Fronza, a seca revelou a fragilidade das sementes.
– Infelizmente este ano a seca chegou firme, cerca de 30 dias, e tivemos problemas com a germinação, inclusive o prefeito decretou estado de calamidade, tivemos áreas com 100% de perdas e muitas áreas com problemas de germinação. Isso mostra até um despreparo das sementeiras – critica Fronza.
Passadas as dificuldades para iniciar a safra de soja, agora é pensar nos insumos para o próximo ciclo.
– Isso nos preocupa bastante, até em função do dólar. No ano passado, nós tivemos um custo, este ano, com o aumento do dólar, praticamente todos os insumos vão ter um repasse e isso vai impactar na safra seguinte – avalia o agricultor José Pereira Lima.
Dia de campo
O dia de campo organizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Tocantins (Aprosoja-TO) durante a passagem do Projeto Soja Brasil foi em uma lavoura que adota o refúgio para a tecnologia Bt. Foi uma oportunidade para os agricultores entenderem como estruturar a área de 20% com plantas convencionais de soja.
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