Ataque de gafanhoto preocupa produtores

Agricultor já gastou mais de R$ 36 mil para controlar a praga, que precisa de monitoramento constante

Manaíra Lacerda | Campo Novo do Parecis (MT)

A Caravana Soja Brasil esteve em Campo Novo do Parecis, médio-norte de Mato Grosso, nesta quinta, dia 3. No município, o ataque de gafanhotos a uma lavoura de soja assustou os produtores.

O caso aconteceu na fazenda do agricultor Jonas Iapp e atingiu uma área de 1600 hectares e 60 precisaram de replantio, já 100 hectares terão a produtividade reduzida. O prejuízo é certo, avalia Iapp.

– Na área replantada, eu calculo perda de uns 30% porque eu tive o custo de replantar. No restante da área, que teve um ataque menos severo, o estande baixou e estamos calculando de 12 a 15% menor de produção – afirma.

• Com quebra na soja, produtores já trocam de cultura

O produtor está controlando em 600 dos 750 hectares que plantou. Cada aplicação de inseticida custa R$ 20,00 por hectare. Como esta já é a terceira tentativa de combate, os custos já chegam a R$ 36 mil.

– O maior problema é a reincidência dele. O controle está sendo efetivo a partir do momento que eu aplico. Porém, eu não tenho um produto sistêmico próprio para fazer o controle dele em longo prazo, o que acaba infestando novamente a lavoura – justifica Jonas Iapp.

Para o consultor técnico do Projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann, o tratamento de sementes com inseticidas não protege a lavoura contra gafanhotos.

– O tratamento de sementes com inseticida é para pragas do solo. Mesmo que o gafanhoto habite o solo, ele não vai ocupar aquele volume de terra perto da raiz ou perto da semente – explica Lantmann.

Aplicação

Durante a passagem da Caravana Soja Brasil por Campo Novo do Parecis, o instrutor do Senar-MT Carlos Danielli deu dicas para fazer a aplicação correta de inseticidas e, assim, conseguir acabar com a população de insetos.

– A gota, de preferência, não precisa ser tão fina porque o produto age por contato. O que nós orientamos é que seja uma altura de barra satisfatória, com 50 cm acima do alvo e que seja uma velocidade controlada para a gente ter essa cobertura e chegar à praga – orienta.

Veja a reportagem:

>>> Veja mais notícias sobre soja