O agricultor Sérgio Moresco cultiva frutas na zona sul de Porto Alegre. Ele se prepara para a Festa do Pêssego, que ocorre em novembro, mas não anda muito animado com o que tem visto por aí. E não é por causa de um ou outro candidato. Ele diz que o homem do campo tem recebido pouca atenção das autoridades.
? O produtor rural está meio esquecido. Eles prometem muita coisa, falam, mas da agricultura, que precisa de um incentivo do governo, falaram muito pouco. E o pouco que falaram, se fizessem para a gente aquele pouco seria bom, mas não fazem. Então, a gente está esperando aí por eles. Vamos aguardar ? diz Moresco.
O agricultor Jorge Lago cansou de esperar por uma política agrícola que garanta bons preços para o produtor.
? O atravessador ganha muito. Eu não sou contra os supermercados, porque eles têm que existir, até gosto de vender para supermercados, mas é um absurdo. O senhor vai lá vender um pé de alface, um pé de couve-flor, eles pagam no máximo uma terça parte do que sai na prateleira amanhã ? avalia.
O produtor João Jardim, com quase 80 anos, acha que o novo presidente precisa fazer um projeto específico para o setor.
? A agricultura acaba relegada. Se fala em problema de saúde, de educação, de segurança, mas o Brasil precisa de um plano agrícola quinquenal e decenal, como tem os Estados Unidos, como tem a China, como tem a Rússia, em que os governos, sejam de qualquer partido, tenham que cumprir aquele trabalho, aquele programa, no sentido de valorizar a agricultura e a pecuária ? defende Jardim.