Brasil discute cooperação agrícola com representantes russos

Russos pretendem investir US$ 1 bilhão na produção de fertilizantes no Centro-Oeste brasileiroTerminou nesta sexta, em Brasília, a 6ª edição da Comissão Intergovernamental Brasil-Rússia de Cooperação Econômica, Comercial, Política e Tecnológica. No encontro, os russos manifestaram interesse em investir em diversos setores da economia brasileira. Dando continuidade às reuniões, no próximo domingo, uma missão técnica do Ministério da Agricultura desembarca em Moscou para intensificar as negociações na área agrícola.

Durante os dois dias de encontro a portas fechadas, a Rússia pediu ao Brasil que ajude na transferência de tecnologia para produção de combustíveis alternativos. Só que, ao invés de cana, a matéria-prima usada seria a celulose. As autoridades russas também manifestaram a intenção de investir US$ 1 bilhão na produção de fertilizantes no Centro-Oeste brasileiro.
 
? O interesse deles é incrementar o relacionamento através de investimentos diretos no Brasil, especialmente no Mato Grosso do Sul, para a criação de uma unidade de fertilizantes. Claro que tudo isso vai depender um pouco do preço do gás, porque o gás é um insumo fundamental para a viabilização desse tipo de projeto ? afirmou Carlos Antônio da Rocha Paranhos, embaixador do Brasil na Rússia.

Na próxima segunda, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, assinará em Moscou a criação de um comitê consultivo para tratar de questões comerciais com a Rússia. O governo brasileiro tem interesse em ampliar as exportações de soja e carnes, enquanto os russos querem vender trigo para o Brasil.

Segundo o ministério das Relações Exteriores, os dois países esperam resolver ainda entraves sanitários.

? Nós precisamos criar canais que assegurem que esse comércio permaneça fluído e que não haja nenhum tipo de obstáculo. Temos interesse nessa área sanitária bem forte em termos de análises laboratoriais, controle microbiológicos, controle de resíduos e estabelecer métodos de controle semelhantes dos dois lados para que não haja qualquer tipo de barreira ao comércio bilateral ? explica Paula Aguiar Barboza, chefe interina da Divisão de Produtos da Agricultura de Base do Ministério das Relações Exteriores.