Famato diz a juízes que arresto de máquinas afetará plantio e empregos em MT

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, disse aos juízes Michell Lotfi Rocha da Silva e Hanae Yamamura de Oliveira Gabriel, da comarca de Campo Novo do Parecis (396 km ao norte de Cuiabá), que o arresto de máquinas determinado pela Justiça terá impacto na renda dos produtores rurais e na geração de divisas e de empregos.

Segundo o dirigente, em Campo Novo do Parecis foram arrestadas nas últimas semanas máquinas de três produtores rurais inadimplentes e apreensões estariam ocorrendo em outras regiões do Estado. Na opinião do líder rural, “não faz sentido os agentes financeiros tirarem as máquinas dos agricultores neste momento em que estão iniciando o plantio”.

Ele afirmou ainda que os produtores não se negam a pagar as dívidas, mas querem negociar e manter a posse das máquinas, que são essenciais para garantir a produção.

O presidente da Famato explica que a apreensão das máquinas tem um agravante neste ano por causa da estiagem, que provocou um encurtamento da janela de plantio. Os produtores dependerão dos equipamentos para acelerar os trabalhos assim que a umidade do solo permitir.

? A falta de máquinas pode provocar uma redução da área plantada ? diz ele. 
Prado diz que ainda não é possível mensurar quantos produtores serão atingidos, pois os processos estão tramitando em segredo de Justiça.

? A gente só fica sabendo quando a ordem de apreensão é executada pelo oficial de Justiça.

História

O dirigente afirmou que a Famato ainda analisa a possibilidade de entrar com uma ação coletiva contra o arresto de máquinas, a exemplo do que ocorreu às vésperas do plantio em 2008, quando a Justiça suspendeu as apreensões.

A maioria das ações impetradas por parte dos bancos das montadoras para recuperar os bens se refere a tratores e colheitadeiras comprados em 2004, quando as vendas foram recordes.

Muitos produtores deixaram de pagar as parcelas anuais dos financiamentos por causa da crise do agronegócio em 2005 e 2006. A crise foi provocada pela desvalorização do dólar e queda dos preços da soja. Hoje, os produtores devem aos bancos valores três vezes superiores ao financiado na época da compra dos equipamentos.