Prática cresce ano após ano no país, mas muitos produtores acabam adotando um sistema misto de plantio, o que não garante o máximo de produtividade
Fernanda Farias | Londrina (PR)
No Brasil, o Sistema Plantio Direto (SPD) em lavouras comerciais iniciou na década de 1970, no Paraná. Hoje, a área de grãos estimada com a tecnologia é de 32 milhões de hectares. Entre os benefícios estão redução das perdas de água e solo por erosão e aumento na produtividade.
– Nós temos na Embrapa Soja ensaios de longo prazo, com mais de 30 anos, onde se observa aumentos expressivos na produção de soja no Sistema Plantio Direito em relação ao plantio convencional. Cerca de 20 a 30% a mais em tempo seco, podendo a produzir o dobro – explica o pesquisador da Embrapa Henrique Debiasi.
O especialista argumenta que o agricultor brasileiro ainda utiliza uma forma intermediária entre o plantio direto e o convencional. Isso porque um dos pilares do sistema não é totalmente adotado, que é a diversificação na hora de realizar a rotação de culturas.
– Temos no Brasil basicamente dois sistemas de produção predominante. Na região mais fria, predomina soja no verão e trigo no inverno. Nas regiões do norte do Paraná ao Centro-Oeste é soja e milho safrinha. São sistemas bons, mas que poderiam ser ainda melhores se tivesse um maior nível de diversificação de culturas. A adoção contínua do mesmo sistema leva ao aumento de plantas daninhas, compactação do solo e perda de matéria orgânica, fazendo com que todo o potencial do Plantio Direto não seja obtido pelos agricultores – justifica Debiasi.
Para adotar o Sistema de Plantio Direto, o produtor deve seguir o pacote tecnológico do sistema: revolver o mínimo possível o solo; manter a cobertura permanente, de preferência viva; aumentar a biodiversidade, através da diversificação de culturas. Além disso, calcular os custos da lavoura não por cultura, mas pelo sistema de produção.
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