Segundo especialistas, a tendência é que a lagarta cause mais problemas do que outras pragas da soja, como o percevejo e a mosca branca
Luciano Teixeira | Florianópolis (SC)
A lagarta falsa medideira (Pseudoplusia includens) deverá ser o principal problema da safra 2015/2016 de soja. A constatação é de especialistas que participam do VII Congresso Brasileiro de Soja, que ocorre até esta quinta, dia 25, em Florianópolis (SC).
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja Edson Hirose, a praga deverá afetar as plantações nas regiões Norte e Centro-Oeste, principalmente nos estados de Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão. Essas áreas são tradicionalmente mais quentes e chuvas. A praga causa o desfolhamento da planta de soja e reduz a produção. Hirose lista algumas dicas para evitar a incidência da lagarta.
– O produtor tem que monitorar as lavouras, ir constantemente para verificar a presença das mariposas e das lagartas ainda pequenas, para que ele possa ter tempo para intervir, se necessário – explica o pesquisador.
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Outra dica é aplicar inseticidas seletivos, que não matem os inimigos naturais da lagarta. Um dos motivos da disseminação da praga, na avaliação do pesquisador Adeney Bueno. Ele aponta que muitos produtores fazem aplicações de forma inadequada, o problema seria a falta de manutenção dos pulverizadores. Uma pesquisa feita no Paraná constatou que apenas 20% dos equipamentos usados nas lavouras estariam em condições perfeitas de uso.
– A lagarta falsa medideira é uma praga que normalmente ocorre no período reprodutivo da soja, quando a soja está mais crescida, com um volume maior de folhas. Quando não existe uma tecnologia de aplicação mais cuidadosa, o que pode acontecer é o efeito guarda-chuva que a gente fala. Ou seja, as folhas do ponteiro recebem todo o inseticida e, muitas vezes, não tem um molhamento bom na planta para matar a lagarta escondida no meio da planta. É de suma importância que o produtor tenha cuidado com a tecnologia de aplicação – reforça Bueno.
A expectativa é de que a incidência de outras pragas, como percevejo, mosca branca e a Helicoverpa armigera não prejudique tanto os agricultores como em outras safras. Porém, uma doença também deve deixar o produtor do Norte e Centro-Oeste: a soja louca II.
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Quando a anomalia ataca a lavoura, a produção pode diminuir até 60% e, em alguns casos, pode até destruir a plantação inteira. A incidência no país aumentou significativamente na safra 2005/2006. De acordo com o pesquisador da Embrapa Maurício Meyer, o produtor deve ficar atento.
– Nós temos alguns dados preliminares que mostra que o manejo de solo, principalmente quando se faz o manejo de plantas daninhas com mais antecedência ao plantio da soja e, na fase vegetativa, esse manejo de plantas invasoras diminui a incidência de soja louca II – orienta.
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