Unica descarta recorrer à OMC contra os EUA

Representantes do setor estão preocupados com as leis em discussão nos países ricosApesar dos novos obstáculos ao etanol brasileiro, a União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica) descartou nesta terça, dia 26, a hipótese de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os Estados Unidos. Os representantes do setor estão preocupados com as leis em discussão nos países ricos. São medidas que podem definir barreiras com base no problema das mudanças climáticas. O assunto foi debatido nesta terça, dia 26, por lideranças do agronegócio e por especialistas internacionais

A indústria da cana de açúcar garante que 99,5% do crescimento do etanol no Brasil ocorre em áreas já ocupadas. Porém, um dos argumentos contra o biocombustivel brasileiro é o uso indireto da terra. Legisladores norte-americanos, por exemplo, alegam que mesmo não havendo o plantio da cana em áreas de florestas,  este cultivo acaba induzindo o avanço de outras lavouras e, como consequência, incentiva o desmatamento.

? Há toda uma discussão avançando lá fora para a qual devemos estar atentos para evitar que essa discussão se transforme num obstáculo comercial ao BR ? diz o presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp, Roberto Rodrigues.

Para a legislação de países como os Estados Unidos o efeito do uso indireto da terra é um fator que deve ser considerado na hora de autorizar ou não a compra do etanol brasileiro. As leis ainda não foram implementadas, mas já preocupam as lideranças do setor. A Unica lembra que podem ser criadas barreiras não tarifárias.