Volume exportado em Mato Grosso supera 2014

Apesar da alta, a China, principal consumidor da oleaginosa do estado, diminuiu as compras da soja em 2015

Pela primeira vez neste ano as exportações de soja de Mato Grosso superaram os volumes de 2014. Foram 2,79 milhões de toneladas em maio contra 2,47 milhões de toneladas no ano passado. O maior peso nas exportações do último mês foi a China. Apesar disso, a demanda chinesa pela soja do estado está menor em 2015, indica o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

A participação do país asiático nas exportações de janeiro a maio de 2014 era de 70%, já neste ano reduziu-se para 65%. Já a participação chinesa nas exportações brasileiras continua, até o momento, semelhante a de 2014.

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Mesmo a demanda chinesa tendo se aquecido no último mês, registrando 1,9 milhão de toneladas, o total escoado por Mato Grosso nos cinco primeiros meses deste ano, de 6,81 milhões de toneladas, está bem abaixo dos 8,85 milhões de toneladas em 2014.

Faltando alguns meses da intensificação do escoamento da nova safra do milho nos estado, resta um grande volume de soja da safra 2014/2015 já comercializada que deverão ser escoadas nas próximas semanas.

Oferta volumosa

Na última semana, dois importantes órgãos alteraram suas projeções de soja. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua estimativa da produção brasileira para 96,04 milhões de toneladas, quase um milhão a mais que o projetado anteriormente.

Apesar do aumento, está ainda abaixo dos 97 milhões de toneladas de soja brasileira projetados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O órgão, que também revisou seus dados de oferta e demanda, trouxe alterações mais significativas nos números de estoques. Os estoques finais mundiais da safra 2014/2015 foram reduzidos para 83,7 milhões de toneladas, devido, sobretudo, à redução dos estoques nos EUA e no Brasil.

Estes dois países também impactaram sobre a redução dos estoques finais da safra 2015/2016, estimados agora em 93,2 milhões de toneladas. Apesar da redução, os estoques mundiais continuam recordes, e caso uma demanda mais intensa não ocorra, a força de uma oferta maior que a demanda pode pressionar os preços externos ainda mais.

Com informações do Imea