Comercialização de soja desta safra está em 40%, diz consultoria

Colheita da soja está em cerca de 29% até o momento

A comercialização da safra 2014/2015 de soja do Brasil avançou no último mês, terminando fevereiro com vendas de 40% da produção estimada, segundo levantamento da consultoria AgRural.

Após negociações lentas em janeiro, o mês passado registrou um avanço de 7% nos acordos, com a alta dos contratos futuros da soja em Chicago e a valorização do dólar frente ao real estimulando a comercialização.

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O dólar oscilou recentemente no maior valor frente ao real em mais de uma década, disparando até negócios da próxima safra 2015/2016 no Centro-Oeste, com entrega daqui um ano. Lotes rodaram em Nova Mutum (MT) a R$ 52,00 a saca e em Rio Verde (GO) a R$ 57,00 e US$ 19,00.

Apesar do avanço dos negócios da safra atual, ainda há atraso de 17 pontos na comparação com os 57% da mesma época do ano passado. Segundo a consultoria, menos incertezas em relação ao tamanho da safra também contribuíram para a retomada do ritmo. A AgRural estima que a produção brasileira em um recorde de 91,9 milhões de toneladas.

A região Centro-Oeste terminou fevereiro com 49% de sua safra 2014/2015 vendida, ante 41% há um mês e 67% há um ano.

A AgRural afirma que no médio-norte de Mato Grosso, lotes com entrega em fevereiro e pagamento em abril trocaram de mãos a R$ 52,00 em Sorriso. Em Primavera do Leste, no sul, os produtores estão cumprindo contratos e querem esperar por melhores preços, mas mesmo assim negócios foram feitos a R$ 54,00, reportando vendas na região goiana de Rio Verde a R$ 59,00 a saca.

Colheita

A consultoria estimou que os produtores de soja do Brasil tinham colhido, até a última sexta, dia 27, 29% da área total de 31,5 milhões de hectares. Apesar do avanço de nove pontos percentuais em uma semana –o maior desta temporada até agora–, os trabalhos continuam atrasados em relação à safra passada, quando o índice estava em 39%.

Problemas climáticos que afetaram o plantio estão agora repercutindo no atraso dos trabalhos. A colheita também chegou a ser prejudicada por chuvas intensas em alguns períodos. Em algumas localidades, especialmente na região da BR-163 em Mato Grosso, a falta de diesel causada pela greve dos caminhoneiros chegou a interromper a colheita.