Subsídios do governo norte-americano podem gerar redução de receitas de exportação da ordem de US$ 2,5 bilhões, prevê consultoria
Há argumentos jurídicos para questionar os subsídios oferecidos pelo EUA aos seus sojicultores dentro da lei agrícola no âmbito da OMC, avalia a consultoria Agroicone, responsável por estudo sobre impacto da legislação nas exportações brasileiras de commodities.
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Segundo a consultoria, os subsídios do governo norte-americano podem gerar redução de receitas de exportação da ordem de US$ 2,5 bilhões, ou uma média de US$ 480 milhões por ano, para o setor de soja do Brasil até o fim da vigência da atual legislação no ciclo 2018/2019, especialmente em um cenário de preços internacionais da soja pressionados pela oferta confortável.
Reportagem de sexta, dia 20, informa que o setor privado está examinando a possibilidade de acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os Estados Unidos por prejuízos que os subsídios americanos estão gerando às exportações nacionais do grão.
– A gente precisa acompanhar como está sendo essa liberação de subsídios. Por enquanto, não foi publicado nada com relação a quanto de subsídios os EUA já geraram. Só quando a gente souber a quantidade de subsídios é que teremos o real impacto – destacou a pesquisadora-sênior da Agroicone Luciane Bachion.
O governo dos Estados Unidos aprovou em fevereiro de 2014 a atual lei agrícola norte-americana, Farm Bill, que vale para o período de 2014 a 2018. Rodrigo Lima, gerente-geral da Agroicone, destaca que as políticas protecionistas e que causam discriminação no comércio internacional incluídas dentro da nova Farm Bill são questionáveis especialmente em um momento que ressurgem tratativas para retomar a Rodada de Doha.
– Existe espaço para uma discussão séria. Um ponto importante é que se a gente pensar em duas safras com preço baixo e o governo americano inundando os produtores de lá com subsídio, por quantos anos isso acaba gerando efetivamente reflexos? Sobre a decisão de questionar na OMC, argumentos jurídicos existem. Normalmente o setor se mobiliza quando está pressionado – destaca Lima.
Estadão Conteúdo
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