Estado espera produzir 10 milhões de toneladas, mas vendas caíram de 60% para 45%; média nacional está em 32%
Fernanda Farias | Rio Verde (GO)
Goiás se prepara para começar a colheita de soja. A produção do Estado deve aumentar 20% em relação à última safra, atingindo 9,90 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Apesar da boa perspectiva, a comercialização está abaixo do previsto.
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O presidente da presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, se mostra otimista em produção maior que na última safra. O clima está ajudando.
– A expectativa de colheita bem melhor, principalmente em função do clima. Em 2014, colhemos 2.800 kg por hectare. Este ano, com clima mais regular, a soja vem se desenvolvendo, vamos colher 3.100 kg por ha. Com isso, podemos ultrapassar 10 milhões de toneladas – explica.
Mesmo com a previsão otimista da Faeg, a venda do grão está abaixo do esperado no Estado. O número é 45%, abaixo dos 60% do início de 2014. Casos como de José Oscar Durigan, com metade da produção já comercializada, estão menos frequentes. Já Brucceli vendeu apenas 30% da soja.
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No Brasil, o índice também está abaixo: 32% dos 95,90 milhões previstos para esta safra já estão comercializados, segundo a consultoria Safras & Mercado. O consultor de mercado Ênio Fernandes diz que o planejamento e a venda escalonada ao longo do ano são as melhores estratégias para o produtor. Ele sugere que o produtor que se retraiu diante dos baixos preços internacionais deve fazer agora.
– Se você está em locais com soja precoce, como Paraná, Goiás e Mato Grosso não precisa se preocupar. A demanda do mercado interno está com um prêmio maior, quase US$ 1,50 acima da cotação de Chicago. Quem vai colher depois de 15 de fevereiro, dependendo quanto já tem vendido. Se você está no Paraná e no Rio Grande do Sul têm os custos firmados, hoje nessas regiões você tem o preço de R$ 66,00, isso te dá uma boa margem. O principal é proteger sua safra. Se você está na Bahia e Goiás, com estresse hídrico, dá uma esperada, vamos ver se irá chover nos próximos 20 dias – orienta Fernandes.
Após atraso, produtores se mostram otimistas com produtividade
O produtor de Rio Verde, sudoeste de Goiás, José Oscar Durigan pretende colher seus 850 hectares em fevereiro. O que era preocupação, com o atraso do plantio no começo da safra, virou certeza de uma excelente produção.
– Eu acredito que, pelo estado das lavouras, mesmo com o clima não ajudando muito, estamos bem. Espero colher de 60 a 65 sacos por hectare – afirma.
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José Roberto Brucceli também é sojicultor e está satisfeito com o desenvolvimento da lavoura, que foi uma das primeiras a serem colhidas no Estado. O trabalho começa em mil dos quatro mil hectares cultivados.
– Plantamos no primeiro dia de outubro. Houve 22 dias de seca, após foi normal, a lavoura cresceu bem. É uma soja que vai colher esperávamos, 55 sacos na soja precoce, mais ou menos, a média da região – comenta Brucceli.
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