Consultor Áureo Lantmann faz um balanço do que encontrou no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul durante primeira etapa da Expedição Soja Brasil
*Áureo Lantmann
Entre o período de 20 de outubro a 8 de novembro a Expedição Soja Brasil esteve nas localidades de Londrina, Campo Mourão, Cascavel, Toledo, Medianeira, Pato Branco, Chapecó, Xaxim, Erechim, Passo Fundo, Pontão e Coxilha. Trata-se de uma região tradicional de produção de soja e que na, ultima safra, representou 31% do total das 88.800 mil toneladas produzidas no Brasil. Situada entre as latitudes aproximadas de 23º sul e 31 º sul, a região tem clima temperado a subtropical.
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Os tipos de solos, a topografia, o regime pluviométrico, a temperatura media anual 22ºC, são fatores que permite a prática de duas safras por ano, normalmente uma leguminosa e uma gramínea. Essa situação oferece condições para que se tenha o solo coberto com palha em todo o ano. Palhas de milho, trigo, aveia, nabo forrageiro, acevem e braquiária, que podem sustentar um perfeito sistema de plantio direto.
O sistema de plantio direto, quando bem executado, condiciona os solos a manter atividade microbiologia intensa com microrganismos e solubilizadores, uma cobertura suficiente para controlar a buva, por exemplo, e impedir a perda de água do solo. Essa condição, em geral, nos solos do Sul tem garantido uma media geral, acima das demais regiões do Brasil.
Registamos as seguintes situações ate o dia 08 de novembro nas lavouras visitadas:
1) A maioria já no estádio V2 e V3. Com 20 cm de altura. Há um comprometimento na altura, poderiam estar maiores, caso a oferta de agua fosse maior;
2) Em que pese uma estiagem prolongada e altas temperaturas, o desenvolvimento geral esta bem;
3) Como o período de semeadura nesta região vai de 15 de setembro até 20 de dezembro, atrasos na semeadura não iram comprometer o desenvolvimento das lavouras;
4) Os estand, número de plantas por metro, na maioria das lavouras não foi comprometido;
5) Não foram observados, pragas do solo como o percevejo castanho da raiz e corós;
6) A incidência de lagartas é baixa, alguns poucos casos da helicoverpa, foram controlados. Também as lagartas desfolhadoras, A. gemmatalis e P. includens estão controladas e não promoveram danos;
7) Não foram observados sintomas de deficiências nutricionais;
8) A maior parte os solos estão cobertos com palha, de trigo, de aveia preta ou de milho da segunda safra;
9) Foi notada a presença da buva, mas em menor quantidade em relação aos anos anteriores;
10) Agricultores que semearam soja Bt estariam fazendo o refugio, mas de formas diversas das recomendadas;
11) Doenças de raiz que normalmente são observadas até o estádio V2, como a podridão vermelha da raiz (Fusarium) e a podridão da raiz e da base da haste ( Rhizoctonia) não foram encontradas.
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*Áureo Lantmann é engenheiro agrônomo, foi pesquisador da Embrapa Soja e é consultor técnico do Soja Brasil desde a primeira edição, safra 2012/2013