Expedição Soja Brasil esteve no município responsável por 3% da produção nacional da oleaginosa
Fernanda Farias | Sorriso (MT)
A falta de chuvas atrasou o plantio de soja em Sorriso, principal munícipio produtor do Mato Grosso e responsável por 3% da produção nacional do grão. Apenas 10% da área foi cultivada até agora. As consequências já começam a aparecer, como o ataque de pragas. Os produtores estima perda de rentabilidade.
O produtor rural Ildo Damiani confere a semente que só agora vai para a terra. Ele está esperando desde o dia 20 de setembro para começar o cultivo nos 680 hectares da propriedade.
– Eu estou consciente que fiz uma boa escolha, a produtividade não vai ser a esperada, mas vamos aguardando. A gente tinha programado começar pelo ciclo mais longo, agora vamos ter que começar pelo curto, e não temos mais a possibilidade de safrinha em toda área – afirma Damiani.
Dos 630 mil hectares destinados para a soja em Sorriso, pouco mais de 10% foram cultivados. Nesse mesmo período do ano passado, a área chegava entre 60 a 70%. O presidente do Sindicato Rural da cidade, Laércio Pedro Lenz, explica que os agricultores estão avaliando a necessidade de replantar o pouco já cultivado, também aconselha os produtores a aproveitar as precipitações previstas para a região, mesmo que não seja em grandes volumes.
– A gente esperava 70 mm para começar, mas tem produtor que já vai plantar com 15 mm. Tá na hora de arriscar, até o início de novembro precisa dar uma acelerada – explica.
Na área de 150 hectares do produtor rural Ademir Gardim o cultivo começou, mas com a falta de chuvas e a pouca umidade do solo, o produtor não se preocupou com o controle de pragas. O resultado é que as lagartas já começam a aparecer. A consequência deverá ser o aumento no custo de produção.
– Não tinha condição de aplicação, o solo estava muito seco. Não tive coragem e é muito caro. A gente previa três aplicações em todo ciclo, mas acredito que vai passar disso. E vai aumentar o custo – explica Gardim.
O preço do defensivo tem causado mais impacto no custo de produção do que o frete, tradicionalmente mais caro na região, em torno de US$ 100,00 a toneladas. Segundo o diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Nelson Piccoli, o gasto médio com defensivos passou de US$ 90,00 para US$ 270,00 por hectare.
– Por enquanto é perda de rentabilidade. Hoje dá para dizer ele tem que colher muito bem para ter alguma lucratividade, máximo de 10%. E, com isso, produtor do Estado não consegue pagar o investimento – recomenda Piccoli.
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