Estado é o quarto maior produtor de soja do Brasil e a apreensão dos agricultores goianos se repete em outras regiões do país
Andrea Parise | Luziânia (GO)
O plantio de soja em Goiás, quarto maior produtor do grão no país, começa no dia 1º de outubro. Os agricultores estão cautelosos, a principal preocupação é com a queda nos preços. Este é o tema de mais uma reportagem do Projeto Soja Brasil.
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De acordo com a Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), a desvalorização do produto já era esperada. Reflexo dos Estados Unidos, que devem colher cerca de 17 milhões de toneladas a mais do que em 2013/2014.
– Hoje, US$ 9,00 por bushel, que é um preço que nós estamos vendo aí em algumas praças já é um valor que traz margens negativas, o produtor não teria renda com este preço. Isso já fez uma revolução no mercado. Boa parte dos fundos já vendeream os seus contratos e isso pressionou com a tendência de queda. Pode cair mais, mas nós temos a expectativa de que os mercados compradores estejam aquecidos. A China tem uma expectativa de crescer as importações em 7 %. Isso para nós é uma expectativa boa, que pode balancear e fazer com que os preços não caiam tanto – comenta o diretor-executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa.
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Na opinião da Aprosoja Brasil, a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 95 milhões de toneladas colhidas dificilmente será alcançada. Em alguns Estados, como o Mato Grosso, a seca está atrasando o plantio. Já na região Sul, a chuva tem atrapalhado o preparo do solo.
– Quando chove desta forma, nós temos uma incidência maior de ferrugem, o que pode diminuir a produtividade, com mais chuvas, você tem uma deterioração do campo dessa soja. Pode ser que no final a gente tenha uma safra um pouco maior apenas do que os 86 milhões de toneladas (da última safra). Podemos variar de 91 a 93 milhões, abaixo da expectativa que estão fazendo de 95 milhões – explica Rosa.
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O vazio sanitário termina no Estado nesta terça, dia 1º, e na fazenda do produtor Jocimar Fachini a terra já está pronta para receber as sementes. Mesmo apostando na soja, o agricultor decidiu manter a mesma áreas da safra passada, com mil hectares, sendo 30% irrigado. Segundo ele, a queda no preço do grão e o alto custo de produção preocupam.
– Hoje, nós estamos com o mercado totalmente indefinido e poucas opções de mercado futuro. A gente tá vendo uma queda nos preços da soja. Isso preocupa muito porque o custo de produção, se comparar com o ano anterior, teve um aumento na casa de 15%. Nós temos o custo que já está implantado, o custo do preparo, do equipamento, da irrigação e nós não temos alternativa. Nós temos que plantar e esperar que o mercado nos favoreça, com um bom resultado no final – espera Fachini.
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