Faemg afirma que não espera o preço da soja abaixo de US$ 10/bushel em Chicago

A expectativa do Estado é produzir mais de 4 milhões de toneladas da oleaginosa

Durante a apresentação do projeto Soja Plus, o presidente da Comissão Técnica de Grãos da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Claudionor Nunes, não acredita que os preços da soja na Bolsa de Chicago caiam abaixo de US$ 10 por bushel. Por conta da expectativa de uma produção recorde nos Estados Unidos em 2014/15, as cotações futuras já cederam muito na bolsa norte-americana – recuo de quase 4% em 30 dias – e no mercado há quem aposte que os preços possam cair para um dígito.

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– Não acreditamos que as cotações devam atingir esse patamar de US$ 9 por bushel. Tem muita especulação. Mas se isso ocorrer inviabilizaria a produção – acrescenta Nunes.

Ele espera uma colheita maior de soja em Minas Gerais na safra 2014/15. Em 2013/14, o Estado, sexto maior produtor do país, registrou quebra de 10%, em 3,3 milhões de toneladas.

– Podemos chegar a uma produção de 4 milhões de toneladas, mas ainda não na próxima temporada”, afirmou Nunes. Em termos de Brasil, ele prevê novamente uma “supersafra de soja – comenta.

O diretor de operações de grãos da Algar Agro, Paulo Henrique Machado, avalia que a produção mineira da oleaginosa deve ficar entre 4 milhões de toneladas e 4,3 milhões de toneladas na próxima temporada. Sobre as cotações da commodity, Machado não quis fazer projeções. Disse que o momento é de especulação e, por isso, é preciso cautela na análise dos preços sugeridos.

– O mercado irá se definir no final de setembro, quando for estabelecido o volume da produção dos Estados Unidos e quando começaremos a olhar a nossa produção – declara Machado.

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Se a soja se aproximar de US$ 9 por bushel, o diretor de operações da Algar Agro considera que não haverá prejuízo ao produtor mineiro.

– Será economicamente viável para o produtor da região, uma vez que a logística favorece. Não vão ganhar dinheiro, mas não terão prejuízos. Mas em Mato Grosso e Mapitoba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), os produtores terão dificuldades se os preços chegarem a esse patamar – completa.

 

Agência Estado