La Niña avança nas lavouras de verão do Rio Grande do Sul

Falta de chuva no período de plantio da safra, que deverá permanecer, preocupa produtores de arroz, soja e milhoOs primeiros efeitos do La Niña sentidos no arroz do Sul do Rio Grande do Sul, que se caracteriza pela escassez de chuva, são verificados também nas lavouras de soja, especialmente na região, e nas de milho no noroeste do Estado. Depois de uma safra recorde, a nova ameaça de estiagem está preocupando os produtores gaúchos.

As regiões oeste e sul são as mais atingidas pela baixa precipitação. Segundo a meteorologista Estael Sias, da Central de Meteorologia, a situação deve perdurar durante todo o verão, como é característico em anos de La Niña.

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? Novembro deve ter apenas 10 dias de chuva, e não será em grandes volumes ? explica Estael.

Embora o quadro previsto de tempo seco esteja se confirmando, representantes do agronegócio afirmam que ainda é cedo para se falar em prejuízos.

? A soja semeada não está germinando. Precisa chover logo para que possa se desenvolver ? afirma o gerente técnico da Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto (Cooplantio), Dirceu Gassen.

Em fase de desenvolvimento, o milho teve a aplicação de nitrogênio ? nutriente essencial para o bom crescimento do cereal ? prejudicada pela falta de chuva. Segundo José Ruedell, diretor da Fundacep, a chuva registrada nos últimos dias deu uma amenizada no problema nas regiões noroeste e Missões. Ruedell reconhece, no entanto, que é difícil prever o que acontecerá nos próximos dias.

Com as sementes de arroz plantadas desde o início de outubro, produtores de Pelotas aguardam a chuva para que se inicie a germinação, conta Luiz Felipe Reschteiner, que semeou 1,2 mil hectares. Esperançoso, Reschteiner acredita que, se a chuva vier logo, será possível obter uma boa produção.