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Bayer sofre revés em segundo julgamento envolvendo glifosato

Veredito teve reflexos nas ações da empresa alemã no exterior, que caíram nesta terça-feira mais de 12% na bolsa de valores

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Foto: Formad/divulgação

Um júri em São Francisco, nos Estados Unidos, decidiu que um homem desenvolveu câncer por causa da exposição ao herbicida glifosato, um componente do produto Roundup, neste que é o segundo caso envolvendo o produto da Bayer a ir a julgamento.

Agora, o júri de seis pessoas deve começar a analisar evidências para decidir separadamente se a Monsanto, comprada pela Bayer no ano passado, deve ser legalmente responsabilizada, o que poderia resultar em indenizações substanciais.

O veredito inicial representa outro revés para a Bayer, que em agosto do ano passado foi condenada a pagar US$ 289,2 milhões a um ex-jardineiro, no primeiro caso a ir a julgamento envolvendo o herbicida. Na ocasião, um júri considerou que a exposição prolongada ao produto químico, seria a causa do câncer de Dewayne Johnson. O valor da indenização foi depois reduzido para US$ 78,5 milhões, mas a Bayer recorreu da decisão.

O fato teve reflexos sobre as ações da Bayer, que caíram acentuadamente desde agosto. Nesta terça-feira, dia 19, as ações chegaram a cair quase 12,5%,  representando cerca de US$ 9,1 bilhões, na maior perda intradiária em 16 anos. 

Nova call to action


Analistas e investidores acreditavam que a Bayer teria uma vantagem neste segundo julgamento, após um juiz na Califórnia ter permitido em janeiro uma divisão na apresentação de evidências do caso. Na primeira fase, os advogados do autor da ação tiveram de mostrar que o glifosato foi a causa do câncer no paciente.

Na segunda fase, serão apresentadas evidências para avaliar se houve conduta imprópria da Monsanto e se a companhia tentou influenciar reguladores.

O que diz a Bayer

Em comunicado, a Bayer disse que está decepcionada com a decisão, mas que continua “a acreditar firmemente que a ciência confirma que herbicidas à base de glifosato não causam câncer”. A companhia disse ainda que a segunda fase do julgamento “vai mostrar que a conduta da Monsanto foi apropriada”.

A companhia alemã disse que enfrenta atualmente 11.200 processos judiciais envolvendo o Roundup. Outros seis julgamentos devem começar neste ano em tribunais federais e estaduais dos EUA.

Aimee Wagstaff e Jennifer Moore, advogadas do autor da ação, Edwin Hardeman, disseram que seu cliente está satisfeito com a decisão unânime do júri. “Agora, vamos nos concentrar nas evidências de que a Monsanto não adotou uma postura responsável e objetiva sobre a segurança do Roundup”, disseram.