Em Mauá da Serra, no norte do Estado, 800 hectares de feijão dão lugar ao trigo no inverno. E esta deve ser a mesma área que vai receber o grão, novamente, no verão.
Segundo a Conab, a área com feijão deve aumentar em pelo menos 2% na próxima safra. Mas os produtores não parecem tão animados, pois a seca e os preços baixos do ano passado levaram a uma redução de 4% da área. E, mesmo com a saca sendo vendida a R$ 200 em média, no mês passado, no Paraná, o produtor diz que só aumenta a área se for com soja ou milho. O feijão, portanto, fica do mesmo tamanho.
O país está sem estoque e a qualidade do feijão que sobrou é ruim por conta da geada. Mesmo assim, o produtor Sérgio Komura irá manter os 240 hectares do último plantio. Ele diz ainda que os vizinhos também não vão se arriscar.
? A gente já tem experiência que o preço muda muito e feijão é uma cultura de risco. Com o custo de produção alto, é melhor investir na soja e no milho, que também estão remunerando bem ? afirma Komura.
Para os produtores, o mercado não está comprando de quem ainda tem o produto para forçar uma queda nos preços até a safra de verão, que começa em novembro. Trata-se de um ciclo que prejudica tanto o produtor quanto o consumidor.
? Hoje, os produtores aqui da região estão tecnificados, eles têm uma experiência com oscilação de preços, então o pessoal aqui é mais consciente ? explica o engenheiro agrícola da Cooperativa de Mauá da Serra, Gilberto Yano.