As demonstrações fazem parte de um plano de ação anunciado nesta quarta pelas quatro principais patronais agropecuárias argentinas, em confronto há quatro meses com o Executivo pelo esquema de retenções móveis.
Grupos de produtores realizaram uma manifestação com tratores na cidade de Pergamino e também houve concentrações nas imediações de diversas estradas, o que provocou inconvenientes à circulação de veículos.
Enquanto isso, as comissões de Agricultura e Orçamento do Senado continuam discutindo a medida adotada pelo governo em março e que, no sábado passado, recebeu o sinal verde da Câmara dos Deputados, que introduziu algumas remodelações.
Na primeira etapa do debate, os legisladores escutaram as exposições dos secretários de Agricultura, Javier de Urquiza, e de Comércio Interior, Guillermo Moreno, que defenderam o polêmico esquema tributário.
A presença no recinto de Moreno, que foi acusado de ameaças e pressões em diferentes setores, gerou fortes discussões entre senadores governistas e opositores.
Embate
O conflito entre o campo e o governo teve início em 11 de março, quando o Ministério da Economia ditou uma resolução pela qual impôs taxações móveis sobre as exportações de trigo, girassol, soja e milho.
A rejeição ao novo esquema tributário derivou em quatro greves comerciais, bloqueios de estradas, mobilizações e desabastecimento de alimentos e insumos para a indústria.
Em meados de junho, a presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou o envio ao Parlamento de um projeto de lei para a ratificação das retenções que, após ser aprovado pela Câmara dos Deputados, deve ser debatido pelo Senado, no qual o governo possui maioria.
As patronais rurais convocaram os produtores para que retornem por uma semana para “a beira das estradas”, e se mobilizem na capital do país na próxima terça-feira, um dia antes de o plenário do Senado debater o esquema tributário.
Os dirigentes agropecuários indicaram que acompanharão o debate no Senado de uma tenda que voltarão a instalar na praça situada em frente à sede do Parlamento, junto a outras montadas por setores que apóiam o governo.