Cresce produção de clones de animais top de linha no melhoramento genético no Brasil

Mercado se tornou viável graças à regulamentação oficial, por parte do Mapa, e o registro dos clones emitidos pela ABCZA clonagem na pecuária brasileira começou em 2001 com a Vaca Vitória, fruto da pesquisa pioneira da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília. Mas, somente no último ano, o mercado passou a investir pesado na biotecnologia para produção de clones para fazer cópias genéticas de animas top de linha no melhoramento genético. 

O mercado se tornou viável graças à regulamentação oficial, por parte do Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), e o registro dos clones emitidos pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

A clonagem acontece em laboratórios. Da vaca vem o oócito ? material reprodutivo feminino que fica maturando durante 24 horas. Depois, o núcleo genético do óocito é retirado e substituído pela célula do animal que vai ser copiado.

Em seguida, inicia-se a reconstrução do óvulo. Através de corrente elétrica, é feita a fusão dos materiais. Depois de sete dias, o embrião pode ser implantado nas barrigas de aluguel.

Atualmente, quatro laboratórios oferecem o serviço de clonagem no país. Um deles, com sede em Uberaba (MG), é fruto de parceria público-privada com a Embrapa. Na fazenda, nasceram 10 clones desde outubro do ano passado.

A clonagem sempre foi um tema polêmico. A homologação do regulamento do Mapa só foi oficializada em maio do ano passado. Agora, com os critérios definidos no mercado, a biotecnologia está mais atrativa, principalmente para a pecuária de seleção.

O pesquisador especialista em reprodução animal Rodolfo Rumpf estima que, hoje, cerca de 150 animais clonados estejam no mercado. O pioneiro da área no país, no entanto, afirma que ainda falta melhorar os índices da clonagem, que são considerados baixos. A cada 100 embriões femininos, de um a cinco sobrevivem. No caso de touros, a situação melhora um pouco: o resultado positivo fica entre 10 e 12 clones a cada 100 embriões.

A ferramenta está servindo de suporte para conservação e melhoramento genético. Um projeto de lei, que está tramitando no Congresso, vai reforçar o uso das novas tecnologias de multiplicação genética.