Alta no preço da carne bovina faz consumidores mudarem hábitos

Falta de animais para abate nos frigoríficos valorizou produto no mercado nacionalOs consumidores já estão sentindo no bolso o aumento do preço da carne bovina. Muito já estão, inclusive, mudando hábitos alimentares.

A falta de animais para abate nos frigoríficos elevou o preço da carne bovina no mercado nacional e assusta os consumidores:

? O preço está bem alto mesmo, acho que subiu uns 15%. Eu comprava sempre contrafilé, agora estou comprando coxão mole, mais barato ? afirma a funcionária pública Suzana dos Santos Faria.

? Tenho sentido no bolso, está muito caro. Agora a gente estava olhando os preços, a carne moída está quase o mesmo preço da picanha. Isso não existe! Ainda mais aqui no sul ? contata o também funcionário público, Vladimir Perasi.

Nesta época do ano, período de entressafra, a carne normalmente está mais cara, mas a falta de chuva no centro do país contribuiu para que o preço subisse mais do que o esperado:

? A recuperação de preços que está ocorrendo está lastreada por demanda. Internamente temos um problema. O maior rebanho que sustenta o atendimento as demandas brasileiras, o Centro-Oeste, passou por um período de seca e a oferta caiu muito e tiveram que completar a terminação dos novilhos com milho ? explica o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto.

Mas, segundo o presidente da Farsul, os produtores não elevaram o preço do produto:

? Os patamares de preços que são praticados hoje, em nível de fazenda, de propriedade, são os mesmos de julho deste ano. O fato é que estamos recuperando o preço perdido.

Comer um suculento churrasco de picanha está cada vez mais caro. Este corte foi o que mais subiu nos últimos meses. O aumento, em alguns fornecedores, chegou a 50% em relação ao mês passado.

– Encontrei picanha de até R$ 44,00 o quilo. Está mais difícil para comer uma picanha ? afirma o médico Firmo Pizzatto.

O grande desafio dos restaurantes é administrar a alta da carne e não repassar o custo ao consumidores:

? A gente tem sofrido bastante com relação a isso. Nos últimos dois meses a gente tem tido um aumento de 50% na carne, principalmente a picanha, que é o produto carro-chefe. A gente está tentando segurar ao máximo que pode para não repassar, mas chega uma hora que não ? diz o empresário Vanderlei José Gomes.