Criação de lambaris é alternativa para bananicultores do litoral de SP

Projeto vai distribuir, durante todo o ano, lotes de alevinos para mais de cem produtores ruraisPequenos bananicultores do litoral do Estado de São Paulo têm agora uma nova alternativa de renda: a criação de lambaris. O projeto da Prefeitura de Mongaguá, com apoio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, vai distribuir durante todo o ano, lotes de alevinos para mais de cem produtores rurais. E tudo isso, de graça.

Depois de seis anos produzindo banana em Mongaguá, Luiz Ribeiro chegou à conclusão que era preciso diversificar e buscar outras fontes de renda. Mal sabia ele que a solução poderia estar nos tanques que, há tempos, estavam abandonados na propriedade.

A ideia de criar peixes veio com o projeto do governo que deve beneficiar, 107 pequenos produtores rurais do município. Numa região conhecida pela produção de bananas, com dois milhões de pés, a piscicultura estava quase em desuso. Para resgatar a atividade, eles escolheram o lambari, um peixe pequeno e popular, com um ciclo reprodutivo bastante rápido.

Buscando agilizar ainda mais o processo e ter produção o ano todo, os técnicos estão fazendo reprodução induzida na sede da prefeitura, na zona rural da cidade. Cada fêmea é separada e colocada com dois machos em pequenos tanques. Depois de liberadas, as ovas são retiradas. A partir daí o processo é acompanhado por microscópio até a formação das larvas. Em média, cada fêmea gera cinco mil alevinos que, em dois meses, já vão ser distribuídos aos produtores e, mais pra frente, vendidos no comércio por pelo menos R$ 6,00 o quilo. Em uma cidade de praia, em época de verão, é um mercado garantido.

Outro objetivo do projeto é fazer o repovoamento das cachoeiras da região. Por duas razões: primeiro porque as matrizes usadas para dar início ao processo de reprodução fora retiradas destes locais e, também, porque são nelas que ocorre a pesca extrativista. As pessoas visitam os locais e pescam indiscriminadamente e, com isso, vai diminuindo a quantidade de lambaris na região. Cerca de 10 % de tudo o que for produzido ao longo do projeto vai ser devolvido à natureza.