Representantes do bloco e de países africanos assinaram acordos de cooperação para desenvolver a agricultura familiar e erradicar a fome. O Brasil pretende orientar outras nações a implantar experiências que tiveram bons resultados, como a compra direta de alimentos pelo governo e o crédito rural.
? Os três organismos das nações unidas, a FAO, o FIDA e o Programa Mundial de Alimentos, orientam os países a adotar políticas semelhantes às políticas brasileiras ? disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.
Um exemplo é o uso, na merenda escolar, de produtos cultivados em pequenas propriedades. O governo brasileiro prorrogou por mais dois anos o projeto que ensina o funcionamento deste programa a outros países da América Latina.
? Estamos levando assistência técnica, levamos os formuladores brasileiros aqui do FNDE para explicar como o sistema funciona e, depois, damos capacitação e apoio aos programas nacionais existentes nestes países, para que eles também possam fazer este programa de compra da agricultura familiar ? explica o representante da FAO na América Latina, José Graziano da Silva.
Durante o encontro, o Mercosul oficializou a criação do Fundo de Apoio à Agricultura Familiar, que vai permitir operações de garantia de renda e segurança alimentar.
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O ministro do Desenvolvimento Agrário assinou ainda uma portaria que permite o financiamento de máquinas e equipamentos a agricultores africanos. A linha de crédito do Banco do Brasil, que já foi aprovada pela Câmara de Comércio Exterior, vai estar disponível a partir do ano que vem. Os primeiros países beneficiados serão Gana e Zimbábue.
Em meio a tantos acordos, uma preocupação tomou conta do debate: a compra de terras por estrangeiros.
? Qualquer especialista sabe que existe uma especulação muito grande com terra e um investimento muito grande de China, de Japão e mesmo dos Estados Unidos. São países que estão querendo comprar terras no Brasil, terras na América Latina, na África. E isso preocupa todo mundo ? comentou Cassel.
O ministro da Agricultura argentino, Julián Domínguez, disse que o país estuda uma proposta para limitar a venda de propriedades rurais e que a terra é a principal riqueza do povo.
