Os advogados da Nilza e da Airex argumentam que não houve mudança para essa classe de credores no novo plano de recuperação judicial, em relação ao homologado há um ano pelo juiz. Pela comemoração após a assembleia, com abraços entre os vendedores e compradores, havia a certeza da aprovação.
Pela proposta, a Airex assumirá os 65% da participação acionária do empresário Adhemar de Barros Neto na Nilza. A empresa pagará a dívida trabalhista já vencida de R$ 5,185 milhões, incluída no plano de recuperação judicial da companhia e injetará R$ 9 milhões para a Nilza voltar a produzir leite longa vida em até dois meses nas unidades de Ribeirão Preto e Itamonte (MG).
O restante da dívida incluída na recuperação judicial – cerca de R$ 214 milhões – será pago em dez anos, em parcelas mensais, com carência de 15 meses, exceto os fornecedores de leite, que receberão em seis meses após dois meses do negócio concretizado. A dívida total, incluindo os R$ 200 milhões em passivos fiscais, chega a R$ 429 milhões.
Caso o negócio seja concretizado, a futura dona da Indústria de Alimentos Nilza será uma desconhecida no mercado. A Airex tem sede em Manaus (AM) e é de propriedade do advogado Sérgio Alambert, famoso por ter entre seus clientes Juan Carlos Abadia, apontado como um dos chefes do narcotráfico colombiano, preso no Brasil em 2007 e extraditado em 2008.
Após a assembleia, certo de que irá assumir a empresa, Alambert fazia planos para a companhia.
– Finalizamos o processo até terça-feira, voltamos a operar em 60 dias, assim que uma limpeza na estrutura das plantas industriais for feita para ter logo a marca Nilza de volta aos supermercados. Vamos manter os funcionários que ficaram e recontratar parte dos que foram demitidos -, completou Alambert que pretende ampliar a produção com derivados de leite com um maior valor agregado do que o loga vida.