De acordo com o pesquisador na área de enologia da Embrapa Giuliano Elias Pereira, o suco de uva proporciona um retorno financeiro mais rápido para o produtor, que enfrenta problemas com a desvalorização do dólar, a irregularidade das chuvas e o aumento do custo da produção de uvas de mesa.
? Enquanto o processo fermentativo e de estabilização para os vinhos dura de 50 a 60 dias (vinhos jovens) ou até dois anos (vinhos de guarda), o suco está pronto para o consumo em quatro ou cinco horas após o recebimento da uva ? destaca.
O processo é experimental, mas já atraiu a atenção de pequenos, médios e grandes produtores da região, que poderão utilizar o espaço e os equipamentos da Embrapa Semiárido para processar o suco.
? A ideia é realizar pesquisas científicas e prestar serviços em parceria com os pequenos, médios e grandes proprietários, mostrando que podem se organizar e trabalhar em sistema de associação ou cooperativa ? enfatiza Pereira.
Com investimentos de R$ 300 mil em equipamentos e instalações, o agricultor pode processar cerca de 1,5 mil litros de suco por dia.
O pesquisador explica que a elaboração de suco poderá ocorrer o ano inteiro porque as variedades de uva utilizadas na região são mais tolerantes à chuva. As principais cultivares utilizadas para a produção de suco no Vale do Submédio São Francisco são a Isabel Precoce, BRS Cora e a BRS Rúbea, desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho. Outras variedades, como a BRS Carmem e a BRS Violeta, têm apresentado resultados promissores e também serão avaliadas.
Mudas e gemas dessas e de outras cultivares, bem como estacas de porta-enxertos, podem ser adquiridas de viveiristas licenciados ou da própria Embrapa.
Informações e reservas no site do Escritório de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia, em Campinas (SP).