O encerramento das atividades da granja, que desde junho não tem mais animais, é o símbolo de uma transformação no Rio Grande do Sul: o mercado de suínos tem cada vez menos espaço para o criador independente que é dono de seus animais e negocia o preço de venda de seu produto com frigoríficos, como era o caso do proprietário da Suinosul, o irlandês Martin Riordan. No setor, predomina o sistema de integração à indústria.
Com essa tendência, agravada pela crise mundial de 2008, encolheu o mercado da Suinosul e Riordan decidiu vender as instalações.
? A estrutura da suinocultura vem mudando há anos com o avanço das grandes integrações ? conta Riordan que, atualmente, representa uma empresa canadense de genética suína.
Inicialmente, a Suinosul alojou 200 matrizes de genética inglesa importada. Com ampliações, no total, a granja abrigava nove mil animais. Quando estava em pleno funcionamento, a Suinosul tornou-se destaque no cenário nacional. Na década de 1990, importou uma sonda ultra-sônica para avaliar o índice de carne magra dos animais da granja, para atender a exigência do consumidor por carne com pouco gordura. De acordo com o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Valdecir Folador, de 70% a 80% dos produtores no Estado são integrados:
? É benéfico para regular a produção e padronizá-la. Mas, por outro lado, a remuneração ao produtor é de 15% a 20% menor.
Sem querer comentar a questão de valores, o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado, Rogério Kerber, reforça que a integração é o ideal não só para a indústria, mas “para todos”:
? Com sistema de produção segmentados, há um controle sanitário mais qualificado.