Os contratos da soja em grão com entrega prevista para julho de 2019 fecharam esta quinta-feira, dia 9, com queda de 1,75% na Bolsa de Chicago, a US$ 8,12 por bushel. A posição agosto recuou 1,67%, fechando o pregão a US$ 8,19 por bushel. De acordo com a Safras & Mercado, o movimento afastou negociadores no mercado doméstico, restringindo a comercialização a pequenos volumes.
“Algumas regiões estão optando por negociar milho nesse momento. Soja só tem trocado de mãos por necessidade”, diz o analista Evandro Oliveira.
As cotações internas só não sentiram mais o impacto — algumas praças até registraram elevações no dia — devido à valorização do dólar. Cascavel (PR), por exemplo, registrou acréscimo de R$ 1, com a saca saindo de R$ 68,50 para R$ 69,50. A moeda norte-americana encerrou a sessão com alta de 0,48%, sendo negociada a R$ 3,9540 para venda e a R$ 3,9520 para compra.
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Ameaças e retaliações entre China e EUA
O agravamento da tensão comercial entre Estados Unidos e China pressiona o mercado internacional. O presidente Donald Trump disse que os asiáticos quebraram o acordo que estava sendo negociado entre os dois países, e por isso as tarifas serão elevadas para produtos chineses importados. Ele afirmou ainda que não vai voltar atrás até que a China pare de roubar empregos norte-americanos.
A delegação chinesa, liderada pelo vice-primeiro-ministro, Liu He, chega hoje a Washington para dar continuidade às negociações comerciais, mesmo após Trump ameaçar aumentar de 10% para 25% as taxas a US$ 200 bilhões em bens chineses a partir de sexta-feira, dia 10, além de aplicar novas tarifas “em breve”.
Em comunicado, o Ministério do Comércio chinês afirmou nesta quarta, dia 8, que se as tarifas dos Estados Unidos forem aplicadas, a China terá que tomar as contramedidas necessárias.
Embarques norte-americanos decepcionam
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, as exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2018/2019, apresentaram recuo considerável (-149,1 mil toneladas) na comparação com a semana anterior e com a média das últimas quatro semanas. Para a temporada 2019/2020, foram vendidas mais 295,6 mil toneladas. Os analistas esperavam exportações entre 600 mil a 1,6 milhão de toneladas.