Em uma fazenda de Campo Verde, o solo já está praticamente pronto para receber as sementes de algodão. A máquina faz os últimos preparos para o início do cultivo. Como a umidade é a ideal, a previsão é de que o plantio seja realizado ainda esta semana. Será preciso começar cedo para dar conta da área de dois mil hectares, 900 a mais do que na safra passada. A expansão foi motivada por pelo menos dois fatores: a mudança de estratégia por causa do tempo e o cenário positivo para a atividade, que anima os produtores.
Segundo o gerente de produção da propriedade, José Alberto Espada, como não choveu na hora certa (para a soja) o plantio do grão foi descartado. Toda a área que seria cultivada com soja precoce, para depois receber algodão safrinha, foi direcionada ao algodão safra, que é cultivado em dezembro.
Esta expectativa otimista é confirmada em números. As projeções indicam aumento expressivo na área cultivada no Estado. O Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea) prevê um crescimento de 27%. Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sinaliza a possibilidade de uma expansão de até 40% na área destinada ao algodão. Apesar de divergentes, os dois levantamentos não deixam dúvidas de que a cotonicultura atravessa um bom momento.
Se confirmar a previsão da Conab, as lavouras poderão ocupar 599 mil hectares, 170 mil a mais que na safra passada. A área supera o recorde registrado na safra 2006/2007, quando foram plantados em Mato Grosso 580mil hectares de algodão.
O diretor executivo do Instituto Matogrossense do Algodão (Ima-MT), Álvaro Salles, comenta que os produtores estão animados, já que os preços são muito bons (apesar do câmbio desfavorável), e que há a possibilidade de que esta área fique entre 600 mil e 640 mil hectares, segundo a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e o Ima.
A estimativa oficial é de que a produção possa chegar a 922 mil toneladas de pluma no Estado, 58% a mais do que o volume produzido na safra anterior.