O problema é que a rodada começou em 2001 e até agora não teve nenhuma conclusão, principalmente porque os países ricos não querem abrir mão de seus mecanismos protecionistas.
O setor privado agrícola pede mais ousadia do governo nas negociações da Rodada Doha. O presidente da Comissão de Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) divulgou as principais reivindicações dos agricultores. Entre elas, está o fim dos subsídios agrícolas, que distorcem os preços internacionais.
O documento critica ainda a criação de novas quotas de exportação para produtos sensíveis, aqueles que os países ricos fazem questão de proteger aplicando altas tarifas aos que são importados.
? Quando nós tratamos de liberação comercial, nós estamos dizendo que quantidade é um fator contra a liberação. Então, quando você aceita negociar em troca de outro benefício, mais suave ou aparente, você está limitando sua adesão a uma proposição inicial que não era limitação, era de liberdade ? afirma Gilman Rodrigues, presidente da Comissão de Comércio Exterior da CNA.
A CNA espera que, depois desses sete anos de discussões, a Rodada Doha seja concluída até dezembro. Caso as negociações fracassem, a confederação acredita que o grande prejudicado será o agronegócio brasileiro.
? A “não-rodada” implica na manutenção de tarifas e procedimentos protecionistas que oneram a produção, então estrangula o acesso da classe média a um consumo de alimento melhor ? justifica Rodrigues.
A posição do setor privado agrícola será levada à reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que ocorre no próximo dia 21, em Genebra, na Suíça.