Achar soluções. Uma missão para os especialistas em diferentes áreas que passaram o dia em oficinas temáticas. Desde o planejamento, a produção de grãos, de culturas energéticas como a cana-de-açúcar até pastagem irrigada. Na sustentabilidade, o conceito de que o produtor é o vilão ainda aparece como um entrave para novos avanços.
? O agricultor irrigante não pode ser um vilão, ele está trazendo alimento de uma forma sustentável para mesa do brasileiro. Esse avanço não é fácil, pois em algumas áreas de conflito o pessoal costuma falar que só se resolve na bala e isso não pode acontecer, pois não acontece em países que são desenvolvidos em termos de agricultura irrigada ? diz o coordenador do congresso, André Fernandes.
Acácio é produtor de café irrigado na região de Monte Carmelo, no interior mineiro, e sofre com a disputa por água. Áreas de conflito preocupam o setor e as saídas esbarram nas leis, como explica o produtor de café irrigado Acácio Dianin:
? Para aumentar a disponibilidade de água, seria necessária a construção de barramentos em pontos estratégicos que pudessem aumentar a disponibilidade de água e pudesse aumentar a quantidade de empreendimentos em agricultura irrigada. Porém, esbarramos em uma legislação que é a resolução do Conama 369, que nos proíbe de construir mais barramentos.
As conclusões do congresso serão transformadas em documentos com uma agenda que vai definir os próximos passos na busca por soluções que garantam o avanço da produção irrigada. O ponto que mais chamou atenção foi o pedido para que a lei de uso das águas seja refeita. Porque hoje tem como foco somente a conservação, criando barreiras para o uso, mesmo que seja sustentável.
? A lei não foi escrita pensando em produzir, em aumentar a produção, esse é o problema. Enquanto não tivermos uma lei que seja querendo a sustentabilidade, mas ao mesmo tempo aumentando a produção, não vamos andar para frente, vamos andar para trás ? lamenta o produtor e Vice-Presidente da Valmont Global Irrigation, Bernhard Kiep.