Segundo o executivo, cerca de 500 milhões de toneladas de cana já são utilizadas para a produção do RNA, utilizado principalmente como realçador de sabor dos alimentos pela Omtek, empresa da São Martinho, localizada ao lado da Usina Iracema, no interior paulista.
Além disso, a partir de 2012, cerca de 1 milhão de toneladas de cana de um total de 8,5 milhões de toneladas produzidos na Usina São Martinho, em Pradópolis, irão abastecer a produção das especialidades químicas na SMA Indústria Química, a joint venture formada entre o São Martinho e a Amyris. A SMA está sendo implantada ao lado da Usina São Martinho e a expectativa é de que a pedra fundamental seja colocada até o dia 31 de março de 2011.
? Queremos estar com a unidade em funcionamento até o segundo trimestre de 2012 ? disse Venturelli.
Para ele, a expansão da utilização de cana para a produção de especialidades químicas é um passo importante para provar que a molécula de carbono pode produzir produtos com muito mais valor agregado que o etanol.
? A cana vai além do etanol e seus derivados podem ser utilizados como componente de uma gama de produtos renováveis ? disse.
A produção inicial da joint venture entre São Martinho e Amyris está praticamente vendida para empresas como Procter & Gamble, na área de bens de consumo, M&G, produtora mundial de garrafas PET, e Soliance, da área de cosméticos. No primeiro ano de produção, em 2012, a expectativa é a produção de 30 milhões de litros de farneseno, especialidade química que tem o nome comercial de Biofene, e que pode ser utilizada para a produção de produtos como detergentes, cosméticos, perfumes, lubrificantes industriais e diesel de cana. A empresa iniciará suas atividades com a produção de produtos de maior valor agregado.
A SMA terá investimentos de US$ 50 milhões, divididos em partes iguais pelo São Martinho e Amyris. Segundo Venturelli, o projeto está dentro do prazo e a joint venture anunciou, nesta semana, a contratação da CNEC WorleyParsons para gerenciar a construção. A empresa também obteve licença emitida pela agência ambiental do Estado de São Paulo. A Amyris trabalha no projeto de engenharia da unidade de produção junto com a CH2MHill.