Já era esperado que os chineses iriam comprar menos soja do mundo, devido ao impacto gerado pelo surto de peste suína africana. E o Brasil, como um dos principais exportadores do grão para os asiáticos, sentiu os efeitos na pele. Nos primeiros seis meses deste ano, de janeiro a junho, o Brasil embarcou 44,5 milhões de toneladas ao exterior, quase 4% a menos que 2018 quando o país vendeu 46,2 milhões de toneladas, segundo informações do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
China compra e paga menos
Se a diferença não parece tanta assim, isso não se deve aos chineses, afinal o país asiático comprou neste primeiro semestre 3 milhões de toneladas a menos de soja do Brasil. De janeiro a junho de 2019 os chineses compraram 32,9 milhões de toneladas, 8,3% menos ante as 35,9 milhões de toneladas do ano passado.
Com os preços da oleaginosa em queda no mercado mundial, desde o fim do ano passado, o impacto nos valores recebidos dos chineses foi mais impactante. O Brasil recebeu pelas exportações de soja 20% a menos, totalizando US$ 11,5 bilhões, contra os US$ 14,3 bilhões do ano passado.
Outros países compensam
O impacto no total de soja exportada pelo Brasil só não foi maior porque outros países compensaram comprando mais. A Espanha, por exemplo, é o segundo país que mais compra soja brasileira e importou 13% mais, totalizando 1,7 milhão de toneladas, contra 1,5 milhão de 2018.
O Irã vem na terceira posição, sendo responsável por comprar 1,2 bilhão de toneladas neste primeiro semestre, contra o 1 bilhão de um ano antes. A Turquia também importou mais do Brasil, somando agora em 2019 1,1 milhão de toneladas contra as 888 mil toneladas de 2018.
Completam o ranking dos cinco países que mais compram, mas já caindo para a casa das mil toneladas, a Tailândia (830 mil toneladas 2019 X 646 mil toneladas de 2018) e o Paquistão (586 mil toneladas 2019 X 512 mil toneladas de 2018).